sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

O peso do Mundo às costas

Depois de 3 dias com dores num ombro (não, não é da idade!! Só me dói um dos ombros e são os 2 da mesma idade!!!), decidi ir fazer uma massagem. Só naquela..... 

O que a Helena me disse fez todo o sentido: ó mulher mas você tem de carregar o Mundo todo às suas costas??? Nem precisei de lhe dizer qual era a minha queixa, ela percebeu assim que me pôs as mãos em cima.... Foi um tareão dos antigos mas senti-o mais na alma que no corpo.
Aquilo deixou-me mesmo a pensar. Vale de quê estarmos sempre a preocupar-nos com os outros? De que é que serve querermos que fique tudo sempre bem? Para que raios importa fazermos as coisas certas se não se dá valor (além da nossa sensação de missão cumprida, pois claro...)?
Serve para ficarmos com uma camada de nervos à flor da pele, entranhada nos músculos e com a sensação de que demos "um mau jeito às costas". E depois, além de continuarmos a nos chatear, ainda temos uma "contractura". Isso, vamos lá continuar assim, que a saúde agradece!! Não fosse o facto de termos um metabolismo impecavelmente acelerado ou uma tiróide estilo relógio e estaríamos muito pior. Falo por mim, pelo menos!!

Não é coisa de "mulher", que se queixa sempre que ninguém lhe dá valor, mas chega um momento em que nos fartamos de ser "nós para tudo". Porque parece que quando menos ligamos é que mais nos ligam. Faz sentido, não?? É que a vida é feita de yin e yang. Energia positiva e negativa. Feminina e Masculina. Sol e Lua. E eu devo ter cá um íman..... Sei que provoco. Que gosto de procurar sempre coisas novas. Não paro quieta. Devo ter "bichos-carpinteiros". E depois queixo-me.....

Tenho de aprender como é que se faz isso do "não ligues".... Sugestões???

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quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O tracinho no meio das datas

Viver dá um medo do caraças. De errarmos. De não aproveitarmos. De não dizermos ou fazermos tudo o que gostaríamos.

Aquele "tracinho" entre as datas (que vemos nas lápides....) se não nos assusta, devia fazê-lo. Porque só conhecemos a 1ª parte. E porque quando a 2ª chega é sempre como os tornados: há avisos, mas nunca sabemos a intensidade real.

Ontem levei um enorme murro no estômago ao final do dia. A minha filha vinha muito impressionada porque um miúdo do 7º ano tinha morrido de cancro. Porra, como é que um miúdo de 12 anos morre assim?? E explicar-lhe (ela anda numa escola católica....) porque é que Deus quis que o Afonso fosse mais cedo, quando era um exemplo até para os professores, pela garra, pelo "never give up"?? 

Intensidade. Passa a correr. E esquecemo-nos do que nos faz bem. De ir ver a Lua gigante, não porque é a maior em sessenta e tal anos, mas porque brilha todos os dias para nós. Até influencia marés e nascimentos e mais não sei quê! Mas nós é que lhe passamos ao lado! Como em tantas coisas na vida.... No amor, por exemplo. O dos filhos. O dos pais. O da pessoa que escolhemos para partilhar o caminho/carinho connosco. Faço e farei sempre questão de perguntar coisas tão simples como "estás melhor?", "chegaste bem?", "o que foi que disse o médico?". Mesmo que não o façam comigo. E porquê? Porque, quando chegar a segunda data depois do tracinho, vou saber que vivi como quis. E não mudarei porque "isto não é vida para ninguém. Deves fazer o que os outros te fazem." Por menos que isto se começa uma guerra. E não leva a lado nenhum.

Gosto de acreditar que o tracinho vai ter tanta coisa lá dentro de que me vou orgulhar quando vir tudo o que está entre uma e outra data. No preciso momento em que ouça um "está na hora". Até lá, por mais que só eu me magoe pela injustiça de haver um só lado, vou insistir. Never give up. Porque tem de haver resposta para a pergunta de ontem: o que é que Deus quer... Não é certamente que desperdicemos as datas com cenas que não interessam. Só que amemos o que somos, o que fazemos, que tenhamos muito gozo pelas pequenas coisas a que os outros não ligam. Até ao dia em que deixemos de as fazer ou dizer. Porque o tracinho é um intervalo entre 2 datas: como começámos algo e como a terminámos. E só a nós diz respeito. E ao Senhor lá de cima. A propósito: Dá um abraço apertado ao Afonso! Diz-lhe que os colegas e professores que tiveram a honra de o conhecer têm muitas saudades.... 

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Nada bate o regresso

Invariavelmente depararmo-nos com um vôo atrasado da TAP. Meia hora que se junta às 3 de espera no aeroporto em Bruxelas. Tanta vontade de chegar.
Um livro fantástico que nos isola a viagem toda. E que só permite levantar a cabeça para admirar o espectáculo que é Lisboa vista do céu à noite.
Malas azuis e cinzentas (menos a minha, tinha de ser!!), pessoas azuis e cinzentas.
A esperança de que não esteja a chover para abrir as janelas do carro e cheirar o ar da nossa cidade.
Pressa de só chegar. Atirar os sapatos. Desarrumar a mala. Poder escutar o barulho que o silêncio faz. Avisar a nossa-mais-que-tudo que chegámos e que foi tudo bem e perguntar "e que tal por cá?". Ouvir o "tudo bem, beijinhos" que nos despacha a grande velocidade mas que nos tranquiliza de que há situações/pessoas que não nos decepcionam. Basta só não termos estranhas expectativas....
O pai que viaja sozinho com as 2 miúdas pequeninas e que recusa, admirado, a minha oferta de ajuda, soltando um "not needed, but thank you, fantastic!".
Casa, finalmente. Aguarda-me um grego. Não desses. De morango mesmo. 
E a certeza absoluta que ir é bom mas que nada é melhor que regressar.


quinta-feira, 27 de outubro de 2016

E se pudesses fazer agora algo?

E se pudéssemos não ter de pensar e ir fazer algo agora mesmo? Sem consequências. Sem pesos na consciência. Sem mas, ou talvez. Só fazer....
Na maioria das vezes (por enquanto, pelo menos....) como tudo o que me apetece. E tenho aquele defeito horrível, desprezível, que me faz ser tão detestada: não engordo! Ainda assim, muitas são as ocasiões em que ia-mesmo-bem-era-não-sei-o-quê-cheio-de-açúcar. Uma travessa inteirinha de arroz doce, ainda morno, a saber a limão, com canela. Um bolo coberto de caramelo, recheado de caramelo, com pepitas de caramelo no topo.
Ou em que o que ia mesmo a calhar era uma escapadinha para um sítio onde ninguém nos conheça. E possamos estar sós. Os 2. Sem isto-ou-aquilo. 
Ou dormir. Sem ter horário para levantar. Sem acordar a meio da noite. A menos que fosse por uma excelente causa..... Aquela que me faria agora mesmo esboçar um "que s'a lixe", ou um mais educado "so what?".
Sei bem por quem começaria muita coisa neste preciso instante.... Por ti. Aquele que faz "agora mesmo" ser todos os momentos. (Quase) não existirem consequências. Ainda que tenhamos de por uns travões de quando em vez. Ainda que não saiba bem por onde andas.
O que é feito com muitos planos é filme. A vida é de improviso. Não permite ensaios gerais. Estamos sempre em estreia absoluta. Porque viver só vale mesmo a pena quando mandamos tudo às urtigas. E vamos só ali ser felizes....e talvez não voltemos. 


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quarta-feira, 26 de outubro de 2016

G'anda brasa!

G'anda brasa: expressão que pode querer significar que está calor, que algo correu de forma estranha ou que alguém é assim para o género do "chega-aqui-qu'eu-não-te-aleijo".
Faz precisamente 7 meses que conheci uma g'anda brasa. Que por acaso hoje faz anos. E pronto, isto tudo conjugado, mais o calor que faz lá fora, e lembrei-me do tema!

8 da noite, dia 26 de Outubro e estão 24 graus na cidade onde moras. Atesta a foto, tirada na estrada mesmo à frente da vossa barraca. E desse lado, estás tu, prestes a calçares as luvas devido ao, digamos, friozinho que por aí se sente, ahahahaha! Adoro essa cidade, sei que te vais divertir muito <3

Há dias que são mesmo uma brasa. Pelo que acontece e pelo que nos leva a querer que aconteça. Porque nos fazem sonhar, por serem uma surpresa ou uma confirmação do que já sabíamos mas que nos fazem tão felizes por isso mesmo. Pode ser do Sol finalmente ter vencido a chuva. É que eu sou feita de Sol e gosto muito de água a jorrar mas é a do banho...e a da praia! Pode ser da conjugação dos astros ou do outro que anda a dar grande baile à polícia. Ou porque sim. Mas por isto ou aquilo, hoje foi mesmo uma g'anda brasa.
Como tu. Lembro-me tão bem do que pensei quando te vi pela 1ª vez (que já sabia desde que "alguém" me mostrou a tua foto). E sei muito bem o que penso hoje: que gosto de ti. 
Que fazes feliz a pessoa que só tu superas em amor àquele que por ele sinto. E isso para mim já bastaria para saber que és especial. Mas tinhas de chegar de mansinho e tornar-te na minha little sis..... 
E és uma g'anda brasa, tal como o dia de hoje. Cheio de pensamentos bons, profundo, feliz, intenso. É o que espero que seja a tua vida. LoveU babe!

(Enganei-vos bem, hem?? Todos aí a pensar que este era um post sobre mim!!!)


quinta-feira, 6 de outubro de 2016

E uma pausa, não??

Não dá para descansar. É assim uma espécie de praga que anda no ar.
Por todo o lado. No trânsito. Na empresa (pessoal, vocês são os maiores!!! Tantas caixas em dias tão improváveis e vocês continuam a fazer o impensável. Bravo, malta!).
Na estupidez alheia. 
Não sei bem se são os dias que são esquizofrénicos ou se é só o mês de Outubro....e o de Setembro....e Dezembro, vá!
5 horas de sono. E está mesmo mais que muito bom! 
Uma fatia de pão com Nutella, que era suposto ser o break de meio da manhã e se torna no almoço. E olha que upa-upa! Teres colocado esse "pecado-deixa-lá-isso-que-tu-podes" na mala foi a melhor ideia em meses!
Onze e meia da noite e os emails estão (finalmente) despachados.
A diz-que-é-uma-espécie-de-aborrescente lá se convenceu que é mesmo melhor acatar o "8 horas de sono porque quem manda sou eu". 
O Summit mesmo à porta. O stand ainda por terminar. Materiais para validar. A apresentação do chefe. E a minha. E orientar as meninas da startup para a delas. 
O resto que não pára. O Cinema Francês. A nossa RádioRed, enorme orgulho, que ganhou hoje um prémio internacional na segunda cidade mais linda do Mundo depois de Lisboa (Barça.......) e eu não estava lá para o receber....miúdos, tragam lá o caneco com todo o cuidado! Antes da sala dos troféus, tem de estagiar no meu estaminé....  E as acções de Natal. E tudo o que mais uns e outros se lembram.
T-i-l-t. Não tarda oiço a campainha!! End of the line, my dear. Respira. Almoça e janta como deve ser. E dorme. 7 horas que seja. E o resto fica para quando der. Estilo viver. E estar com quem se gosta, onde se gosta. Ou só comigo.
Um destes dias, digo eu. Descanso quando der. Por enquanto, a campainha não tocou. E só me apercebo da linda cara com que devo andar quando recebo um email com um só subject e sem texto: Estás bem?? Ou quando alguém se pespega à porta da barraca e pergunta se preciso de falar. E responde ela mesma um "falamos amanhã, se calhar, não??".
Em passando isto, vou por um letreiro na porta: volto em breve, volte também. Hoje não. Amanhã idem. Para a semana não dá. Na outra, quem sabe...... Esperando que a campainha não toque mesmo. E saia disparates pela boca a fora. Estilo Carla no seu melhor.....
Ai mãezinha, para que foi que me mandaste estudar??? A senhora que tratava do jardim na Fundação Champalimaud hoje mesmo parecia tão despreocupada......... 
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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A minha vida dava um filme

Imagino que algumas pessoas pensem que eu invento estas coisas todas que me acontecem. Juro que não! Aliás, na maioria das vezes nem escrevo sobre o tema para não parecer (ainda mais...) estranho.
Têm sido dias deveras complicados de gerir em termos de tempo com todas as coisas que estamos a preparar. Incluindo o que dispenso com as que já (parece que...) terminaram mas que ainda têm assunto. E têm sido dias de trânsito alucinante. Eu já o escrevi mas repito: a 2ª circular e a IC19 davam um brilhante estudo sociológico. Sobre gente que não respeita ninguém. Sobre cuscos que só atrapalham a vida dos outros ao mínimo toque entre 2 carros. Ou que não deixam passar motos ou ambulâncias. Ou pessoal que faz a sua higiene matinal atrás do volante. Enfim...

O corre-corre começou às 7h30 (quer dizer, foi 1 hora antes, mas oficialmente só conto quando saio o portão da garagem....), com a miúda a entrar no colégio às 8h10 (que é o limite dos limites!). Passagem no escritório só para descarregar emails e segue para o Alfa pendular. Não sem antes pedir ajuda para um cliente a uma amiga (esta parte só é importante para o final, fiquem por aí....). Carro estacionado, comboio à hora, chegada à Campanhã.  Apanhar o táxi. Surreal! Uma senhora (turista) entra para o carro e o motorista desata a chamar-lhe nomes. Mas daqueles mesmo de fazer corar as pedras da calçada...tudo porque ela não pôs a mala na bagageira e "achas bem estares a sujar os estofos, minha piiiiiii???". Claro que ela saiu e entrou no carro a seguir e ele avançou para apanhar algum incauto mais adiante que não se tenha apercebido do que aconteceu. Entro para a 2ª viatura a seguir e, a medo, pergunto ao motorista se posso levar a mala do PC comigo ou se "tem de ir para a bagageira". Claro que o homem desata a rir-se e a pedir-me muita desculpa pelo ocorrido porque aparentemente o tipo tem ataques frequentes daquele género. "E isto só vem denegrir a nossa imagem, menina". Muito simpático, como o era o que apanhei na volta e que até conhecia bem a empresa onde trabalho porque já se tinha ido oferecer em tempos lá para trabalhar quando o local onde esteve por 15 anos faliu por dívidas de clientes que não pagaram. Devo ser eu que atraio as pessoas para me contarem a história da vida delas...
Pronto, chego à Exponor. Vou confirmar o registo e quem é que está à minha frente?? O orador do painel antes do meu....o caríssimo concorrente por quem tenho uma paixão daquelas...NOT!!!!! Conversa para cá e para lá, ele a tirar nabos da púcara e eu a contar precisamente o que sabia que ele queria ouvir (deves achar que uma empresa com a dimensão europeia que a nossa tem não pensou e desenvolveu já as coisas que só agora vocês estão a pensar fazer.....). Ele faz a apresentação e deixa todos os motes para a minha....que nem ginjas! Saber indicar a hora precisa de entrega é fundamental e vamos desenvolver isso. Ahahahahahah! Já damos para esse peditório há 4 anos...chama-se Predict!!! Mais uns dedos de conversa com alguns parceiros "amigos" que lá estavam a assistir ou a preparar as suas próprias apresentações e "ala-que-se-faz-tarde-e-tens-um-comboio-para-apanhar".
A história a seguir já sabem, a do tal taxista. Chego a Lisboa e está uma senhora, o filho de 4 ou 5 anos e a avó deste com uma quantidade insana de malas (partilhou comigo esta última, em jeito de justificação, que "vamos para o Brasil". Eu não digo?? Devo ter aspecto de sofá-de-terapeuta). Nenhuma alminha se disponibiliza para ajudar a levar as ditas pela escada rolante. Tinha de ser eu a perguntar, pois claro.... Tenho guardada no Céu uma nuvem estilo T5...  Entrego a mala à senhora e oiço uma voz atrás de mim a dizer "bem me parecias que eras tu!". Quem era?? A amiga a quem pedi a tal ajuda de manhã!! Credo, qual a probabilidade???? Combinámos marcar um almoço para matar saudades, que há-de acontecer muito em breve.
Assim os dias se acalmem e o trânsito sossegue...sim que vem uma pessoa desesperada por uma casa de banho e um jantar como-deve-ser e a rezar para chegar rápido a casa, para que não haja nenhum acidente, e o que acontece?? Um acidente! Pumbas, esta minha vida dava um filme!!!! 

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