quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Diz que é mais ou menos uma cena destas.....

Nada se compara. Diz-se. 
Só de pensar nisso, as borboletas desatam a voar no estômago....ou lá onde é que se aninham!
Não damos por o tempo passar.
Mal podemos esperar por estar ali de novo. Ou onde quer que seja "ali".
O que mais feliz nos deixa e nos arrasa à mais ínfima das profundidades.
Fazemos listas mentais do que gostamos no lado de lá.....e das que gostamos ainda mais.
Não sabemos como explicar. Porque sim. 
Mais importante que receber é somente dar. E sentir saudades. Muitas.
A imaginação ganha asas. Para as coisas boas e as outras. Não é ciúme, claro que não.....

Pensando bem, são (também estas...) só 4 letras. Que nos dão cabo da cabeça. Enquanto for isso....e não aquele órgão tão especial que "só" serve para bombear sangue. E pular para fora do peito à mera menção de um nome, a um vislumbre daquele perfil, a um breve cheiro igual ao "tal". Meramente um órgão. Nem sei porque é lá que se aloja tão nobre sentimento.......

sábado, 21 de novembro de 2015

Fica....

Um pedido sussurrado ao ouvido. Que nos faz tremer. Que não queremos dizer mas que se escapa. Que significa que temos aguardado sem saber que o queríamos pronunciar. Nem a nós mesmo tínhamos dito antes. 
Do Inverno que se aproxima. Da noite que cai cada vez mais cedo. Dos dias que correm uns atrás dos outros. De não sabermos o que amanhã traz. De querermos o que tantos têm e não valorizam. Da música que nos arrepia a pele. Da alma, cansada. A culpa é de tudo. E talvez de nada. 
Faz-se tarde. Tão tarde. Não estar é o que mais dói. Porque o estar é tão rápido. Como areia: escorre-nos pelos dedos. Permanece eternamente nos nossos sentidos. Atormenta-nos o espírito. Por ser tão perfeito. E fugaz.
Quatro letras. Tantas como têm tantas outras palavras incríveis. Que nos apelam aos sentimentos mais escondidos ou que gritamos aos quatro ventos.
Fica. Só isso.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

(Im)perfeições

"As coisas que errei na vida sei que as encontrarei na morte. Porque a vida é dividida entre quem sou e a sorte.", disse Fernando Pessoa. Errar. Mas não desistir. Porque nem nos sonhos a vida é perfeita. A diferença é que, nestes, acordamos no melhor momento. Naquela só acordamos quando chegam os piores.....

Gosto de quem é imperfeito e o sabe. Porque essas são as pessoas verdadeiramente interessantes, as que nos tornam a vida mais completa. Humildes, quando tinham tudo para ser arrogantes. Únicas. Irrepetíveis. Mas talvez seja eu que sou uma exagerada.

Não gosto mesmo é de repetir uma e outra vez para mim própria "deixa lá isso, há coisas que não mudam". Ou pessoas. Porque são de uma imperfeição atroz. Que nem lhes permite perceber que estão (são??) errados e que vão perder tudo.....

A perfeição não está ao alcance de todos. Mas podiam ser assim mais ou menos. Ou mais, somente. Mas jamais menos. Tão menos....

Volto acima: a vida é dividida entre quem sou e a sorte. Não acredito que o que sou, ou tenho, se deva à sorte. Deve-se a muito empenho. Em fazer muita porcaria....mas especialmente coisas bem feitas. E ter orgulho das que saem perfeitas. Porque sou uma perfeccionista e já o disse 500 vezes: ou é com tudo ou não é nada. Agora cá com me*****!!!!

Porque há dias perfeitos. E há os como hoje. Que nos (me??) levam a acreditar que algo ou alguém insiste que não vale a pena fazer muitos planos. Que a perfeição da vida está em vivê-la. Em ser surpreendida pelo que vai acontecendo e perceber que, se não é para ser, nem vale a pena insistir. Porque quando é, sabemos. Entra-nos pelo coração a dentro. E sentimos no fundo de nós. Ou bem cá em cima..... Perfeito, hem?

sábado, 14 de novembro de 2015

Deixa-te ficar....

Muitas vezes só precisamos de saber que há alguém que está mesmo ali. Não precisa de nos dar a mão ou olhar-nos nos olhos. Somente estar.
Ainda que a quilómetros de distância. Ou no final do nosso braço. Palavras são desnecessárias. Queremos apenas que nos confortem com o seu ser.
Li há dias uma frase genial: cada um tem o amor que acha que merece. Caramba, o meu não cabe num T6..... E, acrescento eu, cada um tem o amor que precisa. Que nos dá conforto e nos inquieta ao mesmo tempo. Que nos dá certezas e nos leva a duvidar de tudo. Que nos aquece até ao fundo da alma e nos gela o sangue. Que nos pede atenção e nos dá toda a que pode dispensar. Geralmente muita. Ainda que pareça que não está ali.
Assim como um "deixa-te ficar aí....que é mesmo aqui."
O amor que merecemos é como aquela música que está sempre na nossa cabeça: quase nem damos por ele mas é a primeira coisa em que pensamos quando acordamos e a última quando adormecemos.
Vá, deixa-te ficar aqui. Ou aí. Que é (quase) a mesma coisa.


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

É arrancá-lo do peito e pronto!

A vida não é justa. Ninguém diz que tinha de ser. Mas podiam equilibrar-se melhor os pratos da balança. São os sacanas que a levam melhor. Quem é simpático só se trama.
Mas isto vinha a propósito de?? Ah sim. Do sentir. Passamos a infância e adolescência a querer ser "crescidos". E depois acreditamos que "ninguém manda em mim". Achamos nós, coitados..... O resto do tempo é passado a arrumarmos a cabeça. E o coração. Esse pobre que leva porrada de todo o lado. A madrasta da Branca de Neve é que tinha razão: é arrancá-lo do peito e guardá-lo numa caixinha. E não a abrir mais. Porque quem tem esse safado a bater-lhe no peito pensa nos outros e não em si. Egoísmo e coração não podem coexistir. Ou sim? É errado querermos ser felizes em primeiro lugar?? Antes de pensarmos em qualquer outra pessoa, lembrar-mo-nos de que existimos? O velho "se eu não gostar de mim....quem gostará?" transformado no "se eu não for feliz, quem amo acima de tudo, podê-lo-á ser alguma vez?". 
Não sei que raios estou para aqui a dizer. Ainda não descobri porque "não sou crescida". E tenho um dono que se farta de mandar em mim. É enorme, bate descompassado, tem a mania que sabe tudo. Já me fez passar por cada coisa. Não se cala. Mas gosto dele, mesmo quando grita comigo. Nessas ocasiões, traz umas amigas para brincar com ele. Rolam olhos a fora, até descobrirem os contornos da minha cara. O que me intriga bastante....se é no peito que está a dor, ela escorre cá no topo porquê?? É colocá-lo numa caixinha, digo eu! E mandar fora a chave....