quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A minha vida dava um filme

Imagino que algumas pessoas pensem que eu invento estas coisas todas que me acontecem. Juro que não! Aliás, na maioria das vezes nem escrevo sobre o tema para não parecer (ainda mais...) estranho.
Têm sido dias deveras complicados de gerir em termos de tempo com todas as coisas que estamos a preparar. Incluindo o que dispenso com as que já (parece que...) terminaram mas que ainda têm assunto. E têm sido dias de trânsito alucinante. Eu já o escrevi mas repito: a 2ª circular e a IC19 davam um brilhante estudo sociológico. Sobre gente que não respeita ninguém. Sobre cuscos que só atrapalham a vida dos outros ao mínimo toque entre 2 carros. Ou que não deixam passar motos ou ambulâncias. Ou pessoal que faz a sua higiene matinal atrás do volante. Enfim...

O corre-corre começou às 7h30 (quer dizer, foi 1 hora antes, mas oficialmente só conto quando saio o portão da garagem....), com a miúda a entrar no colégio às 8h10 (que é o limite dos limites!). Passagem no escritório só para descarregar emails e segue para o Alfa pendular. Não sem antes pedir ajuda para um cliente a uma amiga (esta parte só é importante para o final, fiquem por aí....). Carro estacionado, comboio à hora, chegada à Campanhã.  Apanhar o táxi. Surreal! Uma senhora (turista) entra para o carro e o motorista desata a chamar-lhe nomes. Mas daqueles mesmo de fazer corar as pedras da calçada...tudo porque ela não pôs a mala na bagageira e "achas bem estares a sujar os estofos, minha piiiiiii???". Claro que ela saiu e entrou no carro a seguir e ele avançou para apanhar algum incauto mais adiante que não se tenha apercebido do que aconteceu. Entro para a 2ª viatura a seguir e, a medo, pergunto ao motorista se posso levar a mala do PC comigo ou se "tem de ir para a bagageira". Claro que o homem desata a rir-se e a pedir-me muita desculpa pelo ocorrido porque aparentemente o tipo tem ataques frequentes daquele género. "E isto só vem denegrir a nossa imagem, menina". Muito simpático, como o era o que apanhei na volta e que até conhecia bem a empresa onde trabalho porque já se tinha ido oferecer em tempos lá para trabalhar quando o local onde esteve por 15 anos faliu por dívidas de clientes que não pagaram. Devo ser eu que atraio as pessoas para me contarem a história da vida delas...
Pronto, chego à Exponor. Vou confirmar o registo e quem é que está à minha frente?? O orador do painel antes do meu....o caríssimo concorrente por quem tenho uma paixão daquelas...NOT!!!!! Conversa para cá e para lá, ele a tirar nabos da púcara e eu a contar precisamente o que sabia que ele queria ouvir (deves achar que uma empresa com a dimensão europeia que a nossa tem não pensou e desenvolveu já as coisas que só agora vocês estão a pensar fazer.....). Ele faz a apresentação e deixa todos os motes para a minha....que nem ginjas! Saber indicar a hora precisa de entrega é fundamental e vamos desenvolver isso. Ahahahahahah! Já damos para esse peditório há 4 anos...chama-se Predict!!! Mais uns dedos de conversa com alguns parceiros "amigos" que lá estavam a assistir ou a preparar as suas próprias apresentações e "ala-que-se-faz-tarde-e-tens-um-comboio-para-apanhar".
A história a seguir já sabem, a do tal taxista. Chego a Lisboa e está uma senhora, o filho de 4 ou 5 anos e a avó deste com uma quantidade insana de malas (partilhou comigo esta última, em jeito de justificação, que "vamos para o Brasil". Eu não digo?? Devo ter aspecto de sofá-de-terapeuta). Nenhuma alminha se disponibiliza para ajudar a levar as ditas pela escada rolante. Tinha de ser eu a perguntar, pois claro.... Tenho guardada no Céu uma nuvem estilo T5...  Entrego a mala à senhora e oiço uma voz atrás de mim a dizer "bem me parecias que eras tu!". Quem era?? A amiga a quem pedi a tal ajuda de manhã!! Credo, qual a probabilidade???? Combinámos marcar um almoço para matar saudades, que há-de acontecer muito em breve.
Assim os dias se acalmem e o trânsito sossegue...sim que vem uma pessoa desesperada por uma casa de banho e um jantar como-deve-ser e a rezar para chegar rápido a casa, para que não haja nenhum acidente, e o que acontece?? Um acidente! Pumbas, esta minha vida dava um filme!!!! 

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quinta-feira, 15 de setembro de 2016

All good stuff

Mais do que dias, há semanas que nos tiram do sério.
Tudo acontece para nos por à prova. Também é verdade que isto ajuda a que saibamos o que fazer "da próxima vez". E, no final, fica tudo bem. Ainda que estejamos tão, mas tão cansados que mal dê para aproveitar as vitórias.... Só que existe aquela coisa que se chama de fé. Ou de sorte. Ou de trabalho. Porque o único local onde sucesso vem antes de trabalho é mesmo no dicionário.... Ir buscar só-mais-um-bocadinho-de-energia depois de se andar há 3 dias com dores de estômago, se dormir mal e comer pior não faz de nós super-heróis, mas quase. The show must go on...
Estou inclinada a acreditar que quando a coisa começa a ficar mesmo, realmente, pesada, aparece não-sei-d'onde-não-sei-porquê uma luz ao fim do túnel. Pequenas coisas que não podem ser coincidência.
Estilo aparecer o CEO de um grupo de media e resolver-te um problema só porque, na lata, falaste com ele e o convidaste, na sua própria casa, a ir espreitar o auditório (dele) enquanto ambos esperavam que chegasse a mesma pessoa, que by the way só iria ali estar àquela hora e dia porque tinha o nosso evento e aproveitou para marcar para um bocadinho antes a conversa que ele andava a tentar ter com este último há uma data de tempo... Confuso? Deixem lá isso...
Estilo dares de cara com uma pessoa que querias mesmo encontrar naquele dia. Ou estares já desanimada com esta-coisada-toda e teres uma conversa de 1 hora e tal com alguém e, suddenly, voltares a encontrar a tal "estrelinha", a energia extra que precisavas. Aquela pessoa que em ti funciona como o Red Bull: dá-te asas..... 
Estilo estares tão de rastos que só te apetece chegar a casa e atirares-te para cima da cama. Calçado e vestido. Esboçar aquele "ahhhhhh"...e quando voltas a abrir os olhos são 2 da manhã e estás a babar a colcha, com a cara cheia de marcas do relevo da dita. 
Estilo aquele banho de que estás mesmo a precisar. Ou enfiar os pés em água quase a ferver (e esboçar outra vez o tal "ahhhhh") quando nem te lembras como é que conseguiste chegar a casa com as dores que trazes nos pobres (rai's parta os saltos altos quando andas acima-abaixo num evento...).
Estilo descobrires que quando tens aquela vozinha lá dentro da cabeça (ora bolas, tu queres ver...) que te diz "wait just a little bit more" (sim, a minha esquizofrenia é em inglês...go figure!), está mesmo algo para acontecer e que esperar (ao invés de desatar a pensar nos piores cenários...) pode mesmo trazer um novo ciclo, muito melhor do que tudo o que já vimos.
Estilo quando algo fantástico acontece sem planeares. Porque é tão bom teres surpresas. Nem que seja um "I'm thinking about you" ou um "não gosto da cor deste meu Panamera, queres ficar com ele?". Pronto, imagino que já não receba nenhuma mensagem de cariz amoroso hoje....ficamo-nos então pela pergunta que se impõe: diz lá de que cor é que o carro é mesmo??


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ciúmes e posse....

Não sou muito ciumenta. Possessiva talvez. Nunca fui de partilhar nada com outra pessoa. Agora que a miúda já está mesmo quase do meu tamanho vai ser difícil manter esta ideia, mas enfim....
Nem brinquedos. Nem canetas. Nem nada desta vida! E tive de aprender que acontece estares a partilhar algo, sem saberes...adiante!! 
Sentir ciúmes pode significar que se quer tanto algo que se tem medo que outrém nos fique com o que "é nosso". Estilo "é só um bocadinho" e depois o livro já era... Ou a pessoa. A posse é uma cena tramada...será que alguma pessoa é mesmo nossa?? Filhos sim. Mas e o resto do pessoal da Terra??
Não interessa de quem é a frase mas é genial: dá a quem amas asas para voar e motivos para voltar. Se não regressar, foi mesmo "teu" alguma vez?? Nada o é, repito. Pensando bem, nem os filhos....são-nos emprestados para cuidarmos deles! 
Esta coisa do deixar ir, dar liberdade é uma espécie de presente envenenado. Queremos ter. Que nos dêem. E damos. Porque só assim existe confiança. Mas chega uma altura na vida em que essa escasseia, porque a tareia que esta nos deu (dá??) deixa-nos receosos de que não saibamos voltar a confiar. Até de quem não nos dá razão para tal. O diabinho no ombro direito passa o tempo todo a alertar "tens a certeza que não é tudo uma treta e que não te vais estampar de novo?".
E começamos a fraquejar. Com sinais de cansaço, desistimos. Não insistimos mais. Já chega. Fartei-me. Ou é tudo ou não é de todo. 
Do outro lado fica a sensação de incredulidade ou talvez o "já estava à espera e até é merecido". Porque paciência tem limite. A pessoa incrível que ali estava e que tudo aguentava sem se irritar cansou-se. Não quer mais "brincar". E o ciúme muda de lugar. Agora é esta pessoa que pensa no que terá perdido por ter tanta liberdade para tudo. Tanta compreensão. E simultaneamente tanta falta de percepção do que tinha. 
Só se aprende da forma mais dura. Quando já não "possuímos" aquela pessoa que "estava sempre lá e nunca exigia nada, não se chateava". Essa pessoa talvez tenha percebido que só se deve possuir mesmo é amor-próprio. E que mais-tarde é nunca. Que quem nos considera em último lugar não merece estar em primeiro. Reciprocidade. Tempo exige tempo. Atenção merece atenção. 
Um dia deixamos de estar ali. À mão de semear. E dá uma certa ciumeira. O que estará a fazer, a pensar, com quem, estará a portar-se bem. Vou mandar mensagem. Já viu. Não responde. Uma pessoa para aqui inquieta....e nada! Now what?? 
Dá sempre tempo para tudo. A analogia das pedras, areia e água (não sabem a história pesquisem...que eu agora não tenho....tempo!!). Primeiro o que é mesmo importante, as pedras principais da nossa vida. Depois o que temos de fazer, que se encaixa naquelas. A água é o já-agora, o café com os amigos. Que acaba por se misturar com o resto. Quem não percebe que é bom receber uma mensagem "porque me apeteceu", que diz que se está a pensar no outro, não tarda perde. E não adianta sentir ciúmes. 
A menos que seja propositado não dizer/fazer nada! E aí resta que do outro lado percebam. E desamparem a loja. Porque a vida é com tudo ou não é nada. Ainda que os ciúmes (os bons...) apareçam. Porque podem querer somente dizer que gostávamos de ter aquela pessoa sempre connosco. Qu'enjoo senhores!!! Insensível, já estão a pensar. Nada disso: só prática. Mas posso morder a língua um destes dias :)


segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Amar...e pronto!

Nada sabe melhor que ouvir "amo-te". Nada! E dizer de volta (ou antes...) "amo-te".
Porque nada nos faz mais perder a respiração. E somente o que nos faz perder o ar é verdadeiro. 

Ver chegar a pessoa que se ama é uma espécie de Big Bang: primeiro não há nada e depois rebenta tudo!! 
Um minuto da voz, a imagem dela, o toque da mão, a pele. Não é nada paixão, é amor!!! Paixão é correr para o primeiro beco que aparecer, deixar o fôlego perder-se mesmo com metade da roupa vestida. Amar é isto tudo e ainda ficar nos braços, no peito, sorrir estupidamente. Se não sorrimos estupidamente, então não é amor (eat your heart out Pedro Chagas Freitas!!). 

Ter a certeza de que é para sempre. O que quer que "para sempre" signifique. Formigueiro nos pés. Borboletas na barriga. Isto é a paixão. O amor é ter o zoo todo no corpo!! 

Amar é quando estar perto não é suficientemente perto. Não é como se quem amamos tenha o mapa. Ele É o mapa!! Para qualquer sítio: aqui ao lado ou no final do mundo.
Sem medos, sem censuras, com muita saudade, com muita "lamechice". Vem cá e apaga-me esta vontade é a paixão. Vem aqui e fica, pela eternidade (ou até o telefone tocar...sacana!!), é o amor.
Nada é melhor que amar. Nada! E pronto. (ok, Sheldon, talvez o oxigénio.....)