quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Feiticeiras

Não acredito em bruxas, mas que as há, isso há. Já diz o ditado. 
A ciência justifica uns 99% de tudo o que existe. O restante enquadra-se no "não sei explicar mas deve ser mau". Porque sempre foi assim: o que não conhecemos causa-nos repulsa ou, à conta de pior, desconfiança. Ainda que seja porque alguém ou algo não se enquadra nos padrões "normais". Por menos que isto, crucificou-se um Homem (vários, na realidade...) e queimaram-se mulheres na fogueira.
Gosto de acreditar que o inexplicável é só algo que não atingimos mas que pode nem ter nada de sobrenatural. Prever que isto ou aquilo vai acontecer pode ser só porque estamos mais atentos ou perto da nossa consciência verdadeira. Sensação, impressão, gut feeling, ou algo do género.
Quando me dizem "parece que és bruxa" respondo que sim, mas das boas. O único feitiço que conheço é o da água salgada: banho de mar ou choro. Não é a água com açúcar que ajuda a viver: é a com sal. Cura tudo. Ultimamente até acerto umas coisas (está na altura de jogar no Euromilhões quem sabe....) mas deverá ser porque ando mais atenta. Ou então não, e tenham medo, tenham muito medo.....
Agora a sério. O segredo é ouvirmo-nos. A minha bola de cristal é folha de papel (como diz o Tiago Bettencourt) e nela pinto tudo o que imagino. Bom. Ou mau. Geralmente do primeiro tipo porque sou uma eterna optimista. Mas o raio do karma insiste em levar a dele em diante. Por mais que os feiticeiros da justiça tentem fazer do mundo um local habitável, há isto ou aquilo que nos põe em sentido. Mas podemos sempre lançar-lhes uma praga....ou uma dorzinha nas costas. Ou uma diarreia que não dê tempo de chegar à casa de banho mais próxima....

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Beijo ou....coiso!

Beijo é, definitivamente, aquilo que de mais íntimo temos.

Delicado, na testa dos bebés, mostra o amor mais puro que existe. Mães experientes usam-no para ver se andam febres por ali....
Tímido ou fogoso. Por ser o primeiro de todos ou por voltarmos depois de uma longa jornada de ausência....de dias ou simplesmente horas.
Roubado ou pedido. De fugida ou com a intensidade de um temporal. De amigo, que conforta a alma. Repenicado. Só um. Ou uma dúzia deles.
O sinal mais evidente de que "falta qualquer coisa" é quando privamos alguém (ou somos nós privados....) dele. Um beijo e pode ser a perdição. As senhoras da dita mais antiga profissão do mundo não o dão, ou podem apaixonar-se. Tal é a força deste e a intimidade que requer!
Podem ser dos arrebatadores estilo cinema, ou mais repentinos e para os quais nem tivemos tempo de por os beiços a jeito e sai um "toma lá disto que amanhã não há".
Já foi proibido de dar na rua. Já foi ambicionado de se dar em privado, meio às escondidas. Ou completamente às claras, para ver a expressão dos restantes que parece dizer "get a room!". 
Beijo e sofá são eternos amantes um do outro. E a chuva lá fora. E uma chávena de chocolate quente ou de chá e uma manta. Aninhar e beijar. E, de quando em vez, beijar e aninhar. 
Muito mais íntimo que "coiso". Porque os olhos se fecham quando o beijo se troca e no "coiso" é muito melhor que os ditos estejam bem arregalados. Ou perde-se qualquer.....coisa!! 
Beijos. Morangos. Cerejas. Pipocas. Sofá. Manta. Sussurros. Abraços apertados. E "coiso". Há lá cenas melhores??? 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Corpos ou pedaços deles

(Credo, que título macabro!! Andas a ver muitos filmes de zombies, hem?? Não, nada disso, detesto o tema....isto até é suposto ser um post fofinho!!)

Corpos. Invólucros que nos deram para viver. Que nem sempre nos dão a idade mental (ou da alma ou de lá não sei o quê) que temos. Porque damos por nós presos num de 60 quando cá dentro parece que são só 20. E ainda nos censuram por isso (já devias ter juízo...). Que nos criam tantas ansiedades. Daquelas que nascem no fundo de nós e que se agigantam, sem que as possamos controlar. 
Sentir falta do outro corpo como se fosse parte do nosso. Não um órgão, mas a pele toda. Não somos bem nós. Andamos por andar, quase inanimados (outra vez os zombies????) e na expectativa que isto passe depressa e possamos retomar o que éramos. 
Mas não dá. O que estava deste lado passou para outro. E quase sentimos a pele que é nossa sem o ser, o toque imaginário que nos provoca um arrepio pela espinha acima....ou abaixo. Um estar sem estar, não sei bem se consigo explicar-me. Fechamos os olhos e está lá o cheiro. E o resto que vem com ele.
Não são bem saudades. É muito pior que isso. A intensidade que se sente é como se estivéssemos a ver uma vida a correr, por detrás de uma janela. Uma espécie de sombras no escuro, entrecruzadas pelas luzes que as vidas que correm ao lado nos enviam. Estilo estarmos numa auto-estrada em que a faixa contrária nos encandeia com as luzes, já que a nossa vai sem outros veículos.
O corpo. É um insaciável. Quando conheceu algo que nem sabia que procurava, fica preso naquela ideia do outro corpo. Pedaços que se confundem entre si, que se completam e encaixam na perfeição. E a mente podia dar uma ajudinha, mas ainda é pior. Porque gosta de outro tipo de pedaços. De vislumbres de "é que é mesmo isto!".
Corpo e mente: partes do mesmo problema. Mais que saudades. E se esta é a melhor palavra no mundo para descrever o assunto de sentir-mesmo-bué-de-falta (tinha de ser em português...) imagine-se quando é insuficiente.....


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Amor e gorilas

Vou despachar o assunto antes que comecem todos a alterar foto de perfil e a mandar corações pelo mural a fora......
Sobre o amor eu tenho uma opinião muito estranha. Se, por um lado tenho uma crença bastante romantizada da coisa, por outro sou muito pragmática. Vamos lá por partes!

O amor tem de ser verdadeiro. Não pode ser "só porque não temos outra coisa, mais vale que seja aquilo" Não pode ser uma mentira que dizemos ou algo em que insistimos quando sabemos que não o é ou, pelo contrário, de que desistimos porque naquele momento há um (ou mais) qualquer valor que se levanta. Tem de ser sentido e vivido intensamente.
E é aqui que entram os gorilas! Lembrei-me um destes dias, ao ouvir a música do Bruno Mars, que nos esquecemos muitas vezes de que não são as flores ou os chocolates nem mesmo os jantares românticos que provam o quanto amamos alguém. São-nos sim aqueles momentos em que receamos que a Polícia de intervenção venha bater à porta a qualquer momento, alertada pelos vizinhos graças ao barulho que "aqueles dois estão a fazer. Um deles deve estar a matar o outro....". E só aí nos apercebemos de que voltámos às origens...que mais parece que há um casal de gorilas aqui por casa. 
O sexo é uma consequência de Deus. Diz o Pedro Chagas Freitas. E quem sou eu para o contrariar? É um sinal da nossa humanidade, mas também da parte primitiva que temos. Talvez por isso, o título não fale dele. Para não afrontar certas mentalidades....
Resumindo: amor é sermos verdadeiros. Connosco. E com quem amamos. E é brincar aos gorilas. Porque amamos. Não são metades de nada, mas complementam-se muito bem. Tão bem que o 1º sem o segundo é assim-pró-fraternal e o 2º sem o 1º é só desejo. Não é mau, mas não nos leva a ter de parar o beijo porque o sorriso que temos no rosto não nos permite continuar.
E pronto, era isto. Vão lá ao vosso Dia dos Namorados!


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Socorro, vem aí a aborrescência!!!!!

Quer dizer, já cá está há uns meses, mas começa a notar-se cada vez mais!
Não, não sou eu! Tenho um ar jovem, mas já passei dos 20! A adolescência ficou lá para trás há uns....quantos, poucochitos, anos.

5 miúdas a celebrarem juntas o Carnaval. E veio-me à memória o que fui (não me lembro nada de ser assim, mas....) e sobretudo o que me espera.
Dá para ignorar, mas não é a mesma coisa. Gritinhos histéricos e um zanga-já passou-és a minha bff, são típicas reacções. Não ouvir o que estamos a dizer ou a perguntar (ainda que o façamos 30 vezes...), também. Entrar numa espécie de transe em frente à televisão, a ouvir música ou a ler as mil e cinquenta e três mensagens no telefone, a essas já me habituei.
Mas há algumas que não vou nunca perceber. Não tomar banho. Usar sempre a mesma camisola ou calças porque-estas-é-que-eu-gosto-mesmo. Achar que se está gorda quando se é uma trinca-espinhas. Ou feia, quando se é de uma beleza estonteante. Faz parte, pois claro que sim, mas nunca vou chegar lá. 
Da cumplicidade quando estamos na mesma onda, disso gosto. De ainda não serem bem "crescidos" mas já terem mais certezas dos que já o são. De acharem que ainda se pode mudar o Mundo. De não entenderem porque é que esta ou aquela pessoa cometeu uma atrocidade do tamanho da Torre dos Clérigos (mas isso eu também não....).
A adolescência é a época mais difícil que se atravessa. Mas também a que nos pode envergonhar para o resto da vida (que raio de cabelinho era aquele? Nem acredito que me deixavas sair de casa naquele estado!!) e a que faz de nós Gente. Mais ou menos resolvida, com mais ou menos brilho. Assim Deus me dê paciência e não força, e a coisa dá-se!!!

P.S: e os namorados/as?? Valha-me o Vizinho-lá-de-cima!!!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

4 estações....num só coração

(ao som de "The one" dos Kodaline)

A vida é muito assustadora. A menos que nos preparemos para o que aí vem. Que acreditemos.
Num só dia, as 4 estações podem atravessar-nos o coração. Nos últimos tempos, sinto que o Inverno se instalou no meu, naqueles que me rodeiam. Mas o verdadeiro, mesmo. Não aquele que temos vivido, antes um com neve até ao pescoço, vento e trovões assustadores.
Isto de manhã. Porque com o avançar do dia, começa, aqui e ali, a brotar uma e outra flor, o Sol insiste em romper por entre as nuvens e ouve-se um pequeno chilrear. Apesar de tímido e não abrasador, lá para meio da tarde surge o Verão. Ao longe sinto o calor da luz solar, o conforto da areia morna, quase mergulho no mar que convida a esquecer tudo. E a só recordar o que nos faz bem. Antes que chegue o Outono. É verdade que ainda encanta, porque tem um brilho especial. Porque há mais quem tenha o coração cheio de chuva e precise do nosso abraço. Mesmo que com poucas folhas, a árvore resiste aos abanos. E dá o abrigo possível. 
A certeza de que o Inverno está a chegar ao fim acalenta-me o ânimo. Faz-me crer que chegou Março e, se pensarmos que estamos em Portugal, daqui a uns 15 dias já podemos dar um saltinho a uma esplanada. Para rir muito, esquecer o que não interessa, aproveitar os dias que já são maiores e as noites menos frias.
Para o melhor e o pior. Há que estar preparado. Não porque seja assustador estar triste quando algo não é como queremos, mas sim porque estamos cansados de tanta mudança de estação. Isto podia estabilizar, mas não era a mesma coisa. Como é que saberíamos aproveitar quando estamos radiantes ou abrigar-nos quando a tempestade se instala? Acreditando. Preparando-nos. Estações vão e vêm. O que resta chama-se fé. Que o S. Pedro vai finalmente atinar com esta coisa e tudo se encaixe nos momentos certos. 
E, para quem não conhece:

https://www.youtube.com/watch?v=gVILookzrPw