sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Tudo o que nos faz feliz no Natal

Eu sei bem o que me faz feliz.
É mais ou menos o que faz qualquer outra pessoa feliz. Mas na simplicidade das coisas ainda está a magia.
Ter as pessoas de quem gostamos perto de nós, e todas elas estarem bem.
Estar um dia de Natal frio e ensolarado. Eu já não posso com a chuva...então com sacos carregados de presentes e comida ou mai-não-sei-quê-que-tanto-gostamos-de-passear-com-nas-Festas.....
Beber litros de Coca-Cola quando se comeu demais....ou só porque sim! (já me patrocinavam o blog, hem???).
Receber nesse dia (e em todos os outros, já que falamos nisso....) o presente que mais desejamos. Algo tipo "all I want for Christmas is you"....
Ter uns diazinhos de férias quando achamos que estamos mesmo no fim das forças. Irra, anozinho difícil e trabalhoso....
Aproveitar os 1ºs dias de promoções. Podiam ser é uns dias antes....encontrar o que comprámos na semana anterior com 30 ou 50% de desconto é assim a modos que chato!

Eu noto que cada vez é mais pequena a nossa lista de desejos. Não porque já tenhamos tudo, mas porque exigimos menos. Porque cada vez mais as coisas mais pequenas são as que fazem a maior das felicidades!
Para mim é ter tempo para escrever, para ligar, para enviar mensagens. Ou para ser eu do lado de cá do telefone a receber isso tudo.... 
Para vocês é o que quiserem. Contando que vos faça feliz e sentir como se todos os dias fosse Natal....


segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Balanços, pois claro

Numa palavra descrevo este ano: estranho. Talvez dividido em várias partes. 
Primeiro trimestre inquietante, breath taking. Incomparável, inesquecível, imprevisível. 
Segundo trimestre de términos. Do que era dado como adquirido, de novos começos, de inquietação, de viver com o coração na mão. 
Terceiro trimestre de pausas. Para arrumar ou desarrumar de vez o que se pensa, o que se sente. De preparação para o resto do ano. 
Quarto trimestre de surpresas. Das boas, das menos boas. De muito trabalho, de muita expectativa. De rir e chorar. De cansaço e alegria. De "gosto de ti" sentidos. De pensar nisto da vida, no que raio cá andamos a fazer.
Não pode ser só acordar, correr o dia todo, dormir, e recomeçar. E o que fica de nós no que fazemos? E o que é de nós nos outros e deles em nós? 
Não ter tempo para amar, mas amar mesmo. Não é isso que quero para mim, muito menos quando 365 dias novinhos se aproximam. Para acreditar que vai tudo ser melhor. Como no primeiro trimestre, com esperança, excelentes memórias, certeza de que "isto sim é viver, isto sim é ser feliz". Menos confusões, menos incertezas, menos zangas, mais "vale a pena", mais, muito mais acreditar. 
Foi um ano em que fiz mais quilómetros de avião (milhas, diz-se milhas.....) e de automóvel que em qualquer outro na minha vida. Porque o trabalho assim o obrigou, já que passeio foi poucochito. Mas aproveita-se sempre, claro! As reuniões estilo Allô-Allô (tantos sotaques, que quase imagino o René ou o maluco do polícia britânico a gritar "I have a massage forr'yu!), os almoços estilo come-se-tão-bem-em-Portugal-que-saudades, as palestras para sala cheias ou quase vazias nos cantos mais recônditos de Portugal (sim PME Digital, foram muitas horas de evangelização sobre o Pick me!...). As horas intermináveis nos aeroportos. Por vezes com surpresas agradáveis (ainda nem acredito que tive lata para tirar uma selfie com o Dan dos Imagine Dragons!!!!!) mas na sua maioria com o "corre para a porta A51, afinal é na B36". 
Em jeito de balanço, gostei deste ano. Amei e amo muito. Fui e sou muito amada. Mas sem complicações era tão melhor. Podia não servir para aprender, para perceber o real valor das coisas. É bom ser surpreendida....embora ser assegurada de que há coisas que são permanentes faz falta e sabe bem.
Venha 2015. Que me surpreenda e seja "the year of my life". At least this one that now ends was a great preparation for it... Sê bem-vindo. 
2014, obrigada pelo que me ensinaste, pelo que me deixaste viver. Acredita que deixas grandes memórias. Aos que fizeram parte da minha vida neste ano, obrigada. Aos que repetem a dose para o ano uma mensagem: nunca mais aprendem?? Ainda lêem estas cenas?? Pronto, está bem, deixem-se ficar aí que estão mesmo muito bem :)



quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Os dias são bipolares!

Hoje foi um dia bom. Assim 20 estrelas! Para contrabalançar os maus....estilo ontem e uns quantos para trás. Chego ao estaminé ou regresso a casa sem saber muito bem como, o que se passou no caminho. Os dias precipitam-se, as semanas voam. Tenho tanto a sensação de que a vida se me escapa pelo meio dos dedos, estilo um punhado de areia que, quanto mais apertamos, mais nos foge. Penso que o equilíbrio da vida é esse (o espírito do amor e da amizade também): se apertarmos demais, sufocamo-lo, se abrirmos a mão demais, foge-nos.
Mas dias mesmo bons escasseiam, porque não temos tempo para mais que andar para a frente. Erguer a cabeça, sacudir as lágrimas, tomar coragem....e avançar. A vida encarrega-se de se compor....para um lado bom ou mau. 
Eu não sei sobreviver. Só Viver, assim mesmo, com letra grande. Amar muito, a quem me merece (e são alguns. E bons!). Ainda que eu não consiga explicar porque é que gosto, a verdade é que não consigo esconder ou deixar de o dizer quando gosto. Nos dias bons, como hoje, e nos maus. Há quem conheça até as minhas entrelinhas, os meus sorrisos tristes (são raros e só querem mesmo dizer que estou cansada, sim LV?? Se leres isto, sabes que te agradeço pelo teu cuidado...). 
Já imagino que amanhã vá ser um bocadinho pior....mas deve dar para chegar às 2 estrelas. Com a média dos dias, pode ser que dê positivo :)
Sinto tantas saudades de ter semanas inteirinhas boas. Agora é só bipolaridade dos dias: estou tão bem....afinal já me sinto mal. Ponho os pés no chão nos dias em que corre tudo bem. Nos outros sinto que pairo uns 2 palmos acima do chão. Segundo um texto que li, significa que Alguém me está a levar ao colo. Coitado, já Te devem doer os braços....ainda bem que sou só 50 kgs de gente! Nos dias maus, porque nos bons devo ter pr'aí meia tonelada!!
Não queria nada que tivesses de te ir embora. Era tão bom que ficasses comigo pelo menos 1 semana seguida.... Dia bom, gosto de ti. Diz lá ao gémeo terrível que vá ver se estou ali na curva. Raio dos dias, que vêm com o feitio aos pares, por vezes com diferença de horas.....é mais ou menos como os morangos, mas sem o sabor fantástico que nos deixam. E sem a vontade de desfrutar de mais uns 30 ou 40! Se não perceberam, deixem lá, devo ser eu que tenho os dias (ou outra coisa qualquer....) trocados!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Assim são as mulheres!

Não sendo tarefa fácil, vou tentar explicar o que são e como pensam as mulheres!
A primeira coisa que vemos é uma mulher. A parteira e a nossa mãe (de cesariana até pode ser um homem...mas deixem-me lá elaborar a história...). Quererá dizer que as mulheres serão sempre marcantes.
Não adianta tentar entender as mulheres. Tantos tentaram e falharam.... Se ofereces flores, já fizeste alguma, se não ofereces é porque "nunca pensas em mim". Irra, bicho difícil!
Para mim, uma verdadeira mulher é aquela que quando sai da cama e põe os pés no chão, deixa o Diabo a dizer "bolas, ela acordou". Porque quando vai, vai com tudo!
Fazemos várias coisas ao mesmo tempo e temos o condão de irritar profundamente até as outras mulheres que se atravessam no nosso caminho.....seja atrás do volante (deixar passar alguém à frente não é pecado, sim irmãs??), seja à distância. 
Pensamos demais. Sonhamos demais. Preocupamo-nos demais. Acho que até amamos demais.
Alguém me disse um dia que uma mulher só esquece um homem com o tempo. Por culpa deste ou porque o tempo disso se encarregou. Não adianta tentar explicar porque razão uma mulher ama, ou deixa de amar. Quando ama mesmo, é como se a distância entre ela e o homem que ama seja tão ténue quanto a linha do horizonte. Mar e céu separados por um espaço tão pequeno que não se percebe onde começa um e termina o outro....

Tudo é um bicho-de-sete-cabeças. Não temos nada que vestir, ainda que o armário esteja a abarrotar de coisas que já não usamos. Gritaria com os filhos significa que os amamos acima de tudo. Que são nossos, mas sobretudo que nós somos deles. Quando mulher não grita, fujam, algo muito mau vai acontecer (terramoto? Vulcão em erupção?).
Temos sempre a mania de que a culpa é nossa: porque a casa podia estar mais isto ou aquilo, podíamos dedicar-nos mais aos miúdos, à cara-metade, a fazer exercício, a fazer dieta (que mania, credo!!), ai que nem tenho tempo para ir tomar cafézinho com a amiga que tanto precisa....
Mas o mais impressionante nas mulheres é sermos únicas. A beleza vê-se não no rosto ou na forma de vestir, e sim no sentir, no agir. Inesquecíveis, irrepetíveis, inteligentes....fabulosas!
Não falei de TPM, hormonas, choro, ninguém-me-dá-valor-nesta-casa-se-eu-desapareço-é-que-vão-ver-a-falta-que-faço....mas isso também faz uma mulher. E tantas outras coisas (porque não é fácil ser mulher) que não havia post que chegasse!!
Deu para aprenderem alguma coisa?? Ou tenho de me chatear??

Pequenas coisas....enormes sensações

Adormecer quase sem se dar por isso, com a sensação do dever cumprido. Acordar bem disposta apesar da hora proibitiva (2 horas depois ainda nem o Sol se via...).
Lembrar momentos fugazes, surpresas encantadoras, repetir memórias e perceber que não somos só nós a pensar nelas.
Rir tanto até doer a barriga.
Fechar os olhos e sentir que o longe, de repente, se torna perto. E quase saborear a presença.
Ter a certeza....e duvidar. Porque a segurança é o que de mais importante existe, sobretudo quando a insegurança se instala.
Uma chamada rápida ou uma mensagem telegráfica que dizem "estou a pensar em ti, gostava que aqui estivesses...ou eu aí contigo". Ou pelo menos ler isso nas entrelinhas.
Sentir que nos abraçam, bem forte, ainda que na nossa imaginação. 
Escutar uma voz extraordinária numa música fantástica, que nos transporta para bem longe, tirando-nos os pés do chão e colocando o coração aos saltos. 
Ver um filme ou uma série na TV, enroscada numa manta no sofá, acompanhada de um balde gigante de pipocas....doces ou salgadas. Enquanto lá fora chove a potes ou está um frio de rachar.
Ir à praia num dia normal e sair de lá com a sensação de que foi extraordinário. O mar tranquilo, para um mergulho, ou revolto, para pensarmos na vida e no que andamos a fazer dela.
Comprar uma estrela por um euro....e pensar que bastam 5000 pessoas fazerem o mesmo gesto e, de repente, cumprem-se os sonhos de centenas de crianças doentes.
 
Tudo gestos pequenos que são, muitas vezes, maiores que o mundo e que representam o quão extraordinária a vida é. 

sábado, 6 de dezembro de 2014

O que resta....

Não consigo deixar de associar locais a momentos da vida. Passar numa certa rua lembra sempre uma altura boa ou má por que passei. Das menos boas fica a lembrança de que fiquei mais forte com o que aconteceu, que aprendi a lição. Das extraordinárias quase saboreio a intensidade com que as vivi. Têm som de fundo, cheiro associado, frio ou calor, chuva ou sol. Está sempre toda a memória ali.
E nada é mais saboroso (quer dizer, há certas coisas que são, como dizê-lo, amazingly delicious) do que o que nos faz falta repetir. Só porque sim, porque nos faz feliz, porque merecemos. Caminhos que calcorrearia de bom grado todos os dias.
Ainda que seja uma espécie de loucura, de nada vale contrariar a vontade. Das boas sensações, daquelas que sentimos se fecharmos os olhos ou esticarmos o braço. Do que tivémos, aproveitando muito ou mais ou menos, mas que nos deixa uma sensação de euforia. Já nem me consigo concentrar em mais nada, de repente os minutos viram horas e estas tornam-se tormentosos dias. A espera é que nos mata, ouvi nem sei onde. A espera de sabermos que está tão perto aquilo que nos falta. E que insiste em tardar. É hoje, é amanhã, um destes dias por certo. Resta-nos isso...

sábado, 29 de novembro de 2014

Há pessoas que nos ficam....para sempre

Para sempre é muito tempo. Mas há quem nos fique e não saia mais de nós.
Aquelas pessoas que, quando as vemos pela primeira vez, nos colocam um brilho nos olhos. Parece que as almas se conhecem de outras vidas (um dia teria de falar de termos várias vidas...hoje é o dia!).
Por muito tempo que passe sem estarmos juntos, sabemos que estamos lá ao lado delas. As pessoas a quem queremos contar primeiro aquela coisa boa que aconteceu ou com quem queremos estar quando algo mau sucede. 
Não são melhores ou piores que as outras. São somente as "nossas" pessoas. Entranham-se na nossa alma. Por mais vidas que passem, encontramo-nos em todas elas. Sempre de forma próxima. Não é bem uma espécie de alma-gémea (acredito que não há só uma, há muitas. Metade da laranja é outra coisa. Mas mesmo essa pode ser mais do que uma. Porque muitas metades podem encaixar na nossa, embora nenhuma como "aquela"), é mais uma certeza de que somos parte do outro.
Li um destes dias que rezar é falar com Deus e meditar é ter Deus a falar connosco. Só não sei bem onde se encaixa o sonhar. Porque é nos sonhos, acordados ou a dormir, conscientes ou não, que a nossa alma se solta e que podemos encontrar-nos com as outras. As das "nossas" pessoas.
Não sei bem se o que vivemos no estado de inconsciência é assim tão despropositado. Se não é o resquício de vidas que passámos ou de outras que ainda vamos passar. Mas isso são outros quinhentos.....
Aquelas pessoas que sabem a eternidade. Que queremos colocar no nosso coração para nos protegerem...para as protegermos. As pessoas que nos ficam para sempre. Essas é que merecem o nosso tempo, a nossa disponibilidade. Para as amarmos, as ouvirmos, as acarinharmos. Por 5 minutos que seja. Ou por toda a vida. Esta, as que já passámos ou as próximas

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Ser inspirador?

É isto. Tal e qual. Sem tirar nem pôr.
Já foi mais, mas ainda apelido o meu estaminé de "confessionário". Numas quantas ocasiões pensei em criar um sistema de marcações e pôr na porta: dão-se consultas grátis. Fala do que quiseres, empresto-te os meus ouvidos e prometo que ligo a fala poucas vezes.....e só se precisares.
Poucas pessoas me inspiram (já foram muitas, mas ultimamente sinto-me desiludida com a humanidade), apesar de aquelas que ainda o conseguem fazer serem mesmo importantes.

Aprendi (e cada vez mais sinto que é o caminho) que não podemos desistir de nada. Quer dizer, há cenas que nem valem a pena insistir.....a menos que acreditemos que sim.
Gosto de ter o confessionário aberto, de acreditar que inspiro outros a não desistirem. A acreditarem que são mesmo fantásticos (há quem não valha a ponta de um chavelho.....mas esses nem entram lá na barraca....devo ser transparente quando não gosto de alguém!!!).

Só o que não compreendo é como é que se insiste em ter um papel em que já não se acredita. Em manter algo que só nos faz mal. Quando pedimos que "um milagre" aconteça e afaste algo da nossa vida e não vamos nós ter com o problema, o enfrentamos. Porque é que não dizemos Basta-não-quero-mais-isto? Sei do que falo, mesmo, mesmo. Talvez por isso use muitas vezes a minha experiência para incitar outros a não recearem tomar uma decisão. Chama-se livre arbítrio, tomar nas nossas mãos o destino. Este até pode estar traçado (será??) mas é claro que podemos fazer algo para o mudar. Ou será que fazemos porque era suposto, porque estava predestinado? É uma dúvida eterna......

Eu inspiro-me nas pequenas coisas: nos raios de Sol que atravessam a janela do carro quando vou a caminho do emprego e que me arrancam sempre um enorme sorriso; no arco-íris que paira por cima de mim na viagem; numa mensagem inesperada; numa memória de um tempo feliz; num cheiro que me conforta a alma (castanhas assadas ainda quentes...); numa imagem que me toca o coração. Ou em alguém que me diz: obrigada por teres lá estado, pelo que me disseste ou só por me teres ouvido. Foi muito importante e ajudou-me.

É para isso que cá estamos: para aprendermos que amar é entregar o que de mais importante temos - o nosso tempo, a nossa dedicação, até quando nem a nós próprios nos conseguimos organizar! Inspirar é uma das partes da respiração. Expirar é fundamental para libertarmos as toxinas. Inspirar para enchermos o coração de coisas boas, de sensações únicas de paz. Aquilo que nos faz viver bem. 
Inspirar outros é a realização máxima! E nem imaginamos o que podemos fazer para influenciar outros.....tal é o poder! Para o bem e para o mal, o nosso exemplo fica lá eternamente. É mais ou menos como esta cena da web.....nunca mais desaparece o que se escreve! Medo.....ou coragem? Agir.........ou aguardar? Inspirar......ou deixar-se inspirar? Este é mais fácil: ambos! Vou ter de reaprender a deixar-me inspirar....vou ali procurar o brilho nos olhos que trazia sempre comigo, e volto já!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Tempo é o que fazemos com ele....

Nunca fui muito fã de ficção científica, mas fui ver com curiosidade o filme Interstellar. 3 horas de pura sensação "fiquei-colada-ao-ecrã". 
Partes fabulosas, de um silêncio tão profundo que ninguém se atrevia sequer a comer pipocas. Deve ser isso que se sente no espaço: nada, nem um som!
Mas o mais impressionante, para mim, foi a história do que podemos fazer com o tempo, se este é contínuo ou é possível saltar e pairar entre espaços temporais. Não quero estragar a surpresa a quem não viu ainda o filme, mas dei por mim a pensar que somos mesmo tótós quando pensamos em buracos negros: aparece um e caímos. Sim, para onde???? É mais ou menos como a teoria da Terra é plana: se fores ao Cabo Bojador, dás a volta e cais. Sim, para onde?, pensaram os valentes tugas. E assim se desfazem mitos. 
O espaço é infinito, não cais para lado nenhum, andas numa espécie de relógio gigante em que acertas tu a hora para onde queres saltar. Caramba, gosto tanto desta ideia! É assim uma espécie de reencarnação, live it all again, sem ter de passar por aquela cena chata de falecer. (é tão difícil querer escrever sem revelar o final.....vão lá ver o filme pá!)

Mas isto traz-me a memória da mensagem principal que eu retive (se calhar percebi tudo mal.....): o amor é a única coisa capaz de atravessar o tempo. Não é bem um arranja-se-sempre-tempo-para-o-amor , é mais um estar-tanto-tempo-sem-o-amor-e-ter-a-certeza-que-existe-e-que-nos-aguarda. É assim uma espécie de ver aquela pessoa a sorrir para nós no final do dia, ainda que não tenhamos estado juntos pr'aí há uns 300 anos, e saber. Que atravessamos galáxias para a reencontrar. Que nos penduramos num black worm (não é um black hole.....) e escolhemos voltar a uma época passada ou ir ao futuro só para a revermos, para voltarmos a ter aquela sensação única e indescritível. 
O amor deve ser aquilo que se faz com todo o tempo que temos. O que sentimos pelo que fazemos, pelos nossos filhos, por aquela pessoa que nos leva a atravessar o espaço inteiro. O que colocamos em tudo o que fazemos, ou nem vale a pena começar. O amor, tal como o tempo, não se pode desperdiçar, deve ser intensamente vivido. E ter o amor ali ao lado é como estar no espaço: no air, the only sound around us is the one we make, there is always a star nearby. 


quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Somos como somos...

E quem não gostar, que ao menos não chateie!!
Lembro-me dos feirantes que ouvia quando era miúda dizerem "não estou cá  para enganar ninguém". Comigo passa-se mais ou menos o mesmo. What you see is what you get (sort of...).
Posso não ser boa cozinheira, mas tenho outros atributos! Sou boa ouvinte, persistente (não confundir com teimosa...), bem disposta, costumo ter sempre uma palavra amiga, sou mandona (para mim é uma vantagem...), bué egocêntrica (sim, o Sol gira à minha volta!). Mas chega de falar de mim, falemos dos outros.
Quem disser que não se importa com o que os outros pensam de si, está a mentir. Bullshit, acrescento! Podemos cada vez valorizar menos a opinião dos outros (sobretudo se for para criticar) mas, porque não vivemos sozinhos, ainda conta o que pensam e, especialmente, falam de nós. Quando estamos presentes e mais ainda quando não estamos..... 
Também é verdade que, se opinião tivesse valor, não se dava, vendia-se. Mas se a malta se aperalta toda, espera ao menos um "que gira estás hoje!". Não é preciso ser um grande feito, mas um carinho às vezes cai bem (onde é que eu já ouvi isto??). 
Passar despercebida não é a minha onda...só às vezes e em certos assuntos. Era bonito, uma pseudo blogger/tipa-do-marketing-e-comunicação ser insípida, não gostar de ser notada!! Não é minha missão comunicar, fazer uma marca aparecer?? E a melhor marca do mundo não sou eu?? Pois!! 
Por isso é que acabo como comecei: temos de gostar do que somos. Quem não gosta, que ponha na beira do prato, ou que vá dar uma granda volta.... 


terça-feira, 11 de novembro de 2014

Tomorrow, not today

Decisões. Daquelas que custam, mas que têm de ser. Porque adiar para amanhã só prolonga mais a ânsia, o melhor é decidir hoje. 
Mas há muitas coisas que são mesmo melhor deixar para outro dia. Estar triste, por exemplo. Amanhã penso nisso. Ainda que as razões sejam mais que muitas. Hoje uma amiga blogger, que escreve muito bem, colocou esta imagem no seu mural (sim Regina, foste tu mesma!!):


Levou-me a lembrar um dos meus filmes de eleição, aquele em que rio e choro sempre, nem que veja 1 milhão de vezes: A vida é bela. Hoje celebra-se o armistício, e se conjugarmos as duas situações, dá que pensar que se até no meio de tanta agonia de guerra, tanta barbaridade de intolerância, se conseguem encontrar bons motivos para sorrir, quem sou eu, quem somos nós para andarmos tristes com as coisas que, ao pé daquelas são tão insignificantes?? 
É uma chatice, apetece fugir e chorar, acredito que sim, mas amanhã é outro dia. Assim mesmo, como nos coiso-e-tal-anónimos: um dia de cada vez. Só por hoje, não me vou chatear, vou ser tolerante, vou sorrir muito, vou ajudar no que me for possível. Vou acarinhar, amar, beijar como se não houvesse amanhã. Quando esse dia chegar tenho tempo de me lamentar, de ficar triste. Porque, aí sim, nada mais há a fazer, ou foi tudo ou já não é nada. (A não ser que o fim não seja bem o fim....que tudo recomece uma e outra vez. Para aprendermos que hoje é o que conta. O aqui e agora. Sofrer por amanhã só nos tira a tranquilidade do dia de hoje!)

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Deve ser alguém a querer dizer algo

Sabem quando nos caem as coisas das mãos a toda a hora? Isso é alguém que te quer falar, já dizia a minha avó.
E quando chego ao aeroporto em Amsterdão e o táxi que me calha é um dos carros mais giros que já vi na vida? Um Tesla branco, lindo, com um painel de controlo quase maior que a Tv lá de casa... Música impec, nem se ouvia o motor, bancos tipo Recaro (é suposto, como mulher, comentar estas cenas??). Até ia tão aparvalhada que o condutor teve de perguntar 2 vezes se queria recibo! Sorry, yes please! Isto quer dizer que apanhei um carro giro ou que está a rolar um acontecimento todo catita, que nem vou dar por ele chegar??
E o quarto?? Upgrade de novo!!! Cama gigante, banheira com jacuzzi. Ah pois é, incha!! Mais uma vez: será coincidência ou está uma coisa em grande para suceder?
Depois do jantar, passeio por Amesterdão...para conhecer um bocadinho e, desta vez, dizer que vi mais que o aeroporto e o hotel onde foi a reunião. Se fosse em Lisboa, ia cheia de medo. Aqui, até no Bairro Vermelho foi sem stress. Os taxistas eram uns porreiros, simpáticos, que nem enganaram a malta. Vá lá, um deles buzinou uma vez num semáforo, estava a ver que não!! Isto quer dizer que ainda há esperança na humanidade....pelo menos na que mora ou trabalha neste país. 
Fiquei com a ideia de que, afinal, de Espanha até vem bom vento. Ou era só a Laura?? Pode ser que seja uma mensagem de tolerância: há mais gente boa no Mundo, não são só os portugueses.
Só faltou uma coisa para ser perfeito. O quê, não posso dizer. Há quem saiba o que foi. E como mensagem é suficiente.
Ainda bem que o gado bovino não voa...com tanta coisa upa upa a suceder, ainda levava com algo em cima, estilo "toma lá que é para não seres presunçosa"!
Venha de lá esse acontecimento para me arrebatar. Estou aqui a fingir que não tenho curiosidade....


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Tentações....over and over.

Sabes que sim. Que és. Que não podemos nem chegar perto um do outro.
Que até parece que a pele nos queima se não pudermos trocar um beijo, um abraço ou uma simples (simples, sim, pois.....) troca de olhares.
Gosto de te atazanar, de te tentar.....e tu também não és diferente nisso. 
Nunca é só uma conversa, um cafézinho (não tomo, mas saio de lá como se tivesse ingerido pr'aí uns 15 ou 16 de seguida....), um almoço. É sempre uma corrida contra a tentação......ou porque está muita gente ou porque não há muito tempo. Ai o relógio, esse tirano que em tudo quer mandar. Não na nossa vontade, mas no nosso tempo.....

3 da manhã...........e ainda te imagino aqui ao lado. Diz-me que se passa o mesmo contigo....sejam 11 da noite, 2 da tarde, estejas em que lugar estiveres.
Espero....e desespero. Quero, e quero mais ainda. 
Nem a minha habitual facilidade em descrever "coisas" me consegue ajudar neste campo. Só sei que te queria aqui e agora. E daqui a pouco tempo, e mais logo....e amanhã, e depois. 
Atalhos.....inventamos tantos, só para estarmos 5 minutos juntos (que se tornam em 30 assim num ápice). Muito giro, não é? Fica a vontade, insaciável, de mais.....seria giro se fosse para fugir à rotina, se fossemos um casal de há anos (por acaso não.......acho que somos de há séculos!!!), que se encontra de fugida para apimentar os sentimentos. Nós é mais "traz lá o extintor, antes que isto pegue fogo"! 
Sei que temos muito que fazer e em que pensar todo o dia, muitas responsabilidades (demasiadas, por vezes....) mas caio tantas vezes em tentação....e dou por mim a pensar em ti. A lembrar a dança que a vida insiste em ter, no ir e vir dos dias, nos cheiros, sabores, sons, tacto, que me prendem, na visão que és para mim. 
O sorriso que me (nos?) fica depois de te encontrar, de ver que ainda tens tudo no sítio, que esboço sempre que leio uma mensagem inesperada (mas tão desejada....) ou depois do telefonema com que não contava........devem querer dizer que adorava mostrar-te o caminho para o trajecto que conheces tão bem, mas que gostava que atravessasses todos os dias, em modo automático, de olhos fechados. Dou por mim a passar perto de onde estás e a pensar "como raios é que vim aqui parar". Magnetismo, so I've been told. É isso que temos. Atracção, magnetismo, um deixa-te-estar-aqui-que-não-há-nenhum-lugar-melhor-na-Terra. Aquele mundo só meu e teu. Onde não há hoje, nem amanhã, nem ontem. Só agora, neste momento. Não há outras imagens que não sejam a de nós os 2. Nenhum outro som que não os que fazemos. Só mesmo o até-que-enfim-chegaste-não-aguentava-mais-de-saudades. Espreito tantas vezes lá para dentro e vejo-nos sem querermos sair. E parece-me tão longínquo, como se ontem estivesse a meses de distância.

Deixa-te tentar....e eu farei o mesmo. Today and tomorrow, every time our hearts feel like it and the flesh burns us up.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Bruxedos!

Dias das Bruxas. É hoje. E todos os dias! Habitualmente das que só querem o mal dos outros, que não podem ver ninguém feliz. Gosto de pensar que, pelo menos hoje, as que só querem é que não as chateiem e que cada um viva a sua vida como entender, devam ser celebradas! 
Não usam chapéu bicudo ou verruga no nariz (eu tenho um sinal, chega??) e talvez por isso sejam mais espalhafatosas que as outras....para darem nas vistas!!!
É que isto de suportar os bruxedos dos outros tem que se lhe diga! Nem o yoga consegue anular os efeitos....tem dias que nem o sorriso franco e rasgado. Porque é que insistem em gostar tanto da nossa vida, se é para nos desejarem que corra mal?? Se calhar, arranjavam uma de jeito para si, ao invés de invejarem a nossa... É que já basta nós próprios a duvidarmos de nós, a chatear-nos connosco, não é preciso cá invejosos.... 
Porque parece mesmo bruxedo....está tudo a recompor-se, sim??? Muahahaha!!! Toma lá disto para te assoares. 
Comigo têm pouca sorte, coitados. Tentem lá o vosso melhor!! É que eu fiz um acordo com Deus: eu sorrio sempre e Ele coloca do meu lado os melhores dentistas que existem. Chamam-se amigos, e são um sagrado remédio contra maus-olhados, poções e mézinhas. Sobretudo os grandalhões, porque dão cá um jeito quando se descobre quem é que andou a armar contra nós.... Aí sim, um tratamento dentário é preciso!! E um ortopedista...
Porque de feitiçarias, só gosto mesmo das que faço contigo. Não envolve caldeirões, mas a casa pega fogo....
I'm pretty sure you've put a spell on me!! But that's fine since I know a great potion for it: it's called I love you and it comes in huge bottles....


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Chama-se "levanta-te daí"

Cair 3 vezes. E levantarmo-nos 4. Esse é o truque para seguir com a vida em frente.
Inteligência emocional, pois claro! Mas inteligência da outra também......
Adianta chorar, ter selfpity, mas chega o momento em que o luto termina e ouvimos uma voz interior que nos diz "levanta o traseiro daí, pára de ter pena de ti próprio e vai à luta". Ainda bem que é só a voz porque se era alguém, isto tudo era precedido de uns valentes safanões.
Somos feitos de carne, mas parece que deveríamos ter sido de aço. Do inoxidável, porque com tanto choro (e com a chuva dos últimos meses........) ganhávamos ferrugem....
O melhor é pôr tudo cá pr'a fora.........como os malucos. Podemos medir as palavras, porque a mágoa nos faz dizer disparates que depois nos arrependemos, mas não podemos é deixar de as dizer. Ou instalam-se em nós e corroem. Como ácido, como veneno.
Às vezes, basta escrever (aqui a estróinas é o que faz.....) e já ficamos melhor, com a vantagem de que não dá para más interpretações e podemos ler e reler. Umas vezes choramos e outras rimos, com tudo o que estávamos a sentir naquele momento. Não fica é nada como era "dantes".
Podemos ter de nos "morder", de engolir em seco, mas temos de avançar, de fazer "das tripas coração" (gosto tanto desta expressão: é sempre na zona da barriga que "sinto" o que se vai passando comigo. Borboletas no estômago, angústia em que não consigo comer nadinha, volta à tripa com aquelas conversinhas de....coiso!).
Custa de caraças ao princípio, mas até me parece que começo a ficar vacinada. Mesmo quando presencio as coisas que, acharia eu, não estava preparada para ver acontecerem, fico com a ideia do "WTF, isto não me incomoda "quase" nadinha"! 
O ciclo é mais ou menos este: choro, não-a-mim-não, 'tou bem, a sério!, já-me-sinto-melhor, inté-os-comemos, bolas-voltei-a-ir-me-abaixo-pensava-que-não-me-afectava, fim-o-que-tiver-de-ser-será-quer-eu-me-preocupe-ou-não. E damos por nós a viver novamente, com os pés no chão (eu é mais com a cabeça nas nuvens e sempre aos saltinhos...) e na esperança de que vá mesmo ficar tudo bem no final. Ou não será o final!

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Esta é para o desmiolado do meu afilhado!

17 anos..........olhamos para o lado e, de repente, passaram quase 2 décadas!
Lembro-me da primeira vez que te vi, como se fosse hoje.

Sei que lês estas cenas, por isso pensei que seria um presente assim-pr'o-mais-ou-menos-giro se te dedicasse um post (não sei se é a primeira vez que estás num blog de alguém ou não, mas olha, vai na mesma!). 
Apesar de estarmos muito poucas vezes juntos, sei que sabes que estou sempre do teu lado. Porque acho que Deus só poderia escolher-me um afilhado do género amalucado mas com um coração enorme. Com a crença de que se calhar não vale um chavo, mas sem saber que é das melhores coisinhas do Mundo (nem que fosse por ter uma 'drinha como eu, eheheheheheh!).

Segue o teu coração. É o melhor conselho que te posso dar. Sê sempre tu próprio, ainda que te tentem rebaixar ou dizer que não vales nada (digo isto todos os dias à tua prima! Até lhe colei vinil no quarto a dizer isto mesmo.....para que nunca se esqueça!).
Acredita que existe um plano enorme para ti, só tens de confiar que vai ficar tudo bem.....sim, isso e estudares, ok caramelo??? O que cai do céu é somente a chuva.....o resto dá uma trabalheira a conseguir, mas só te digo que vale a pena!
Espero que tenhas uma vida fabulosa e que eu a possa acompanhar. Ainda que não saibas, tenho muito orgulho em ti. Está dito, está dito!!!! 
Parabéns puto Bruno, gosto de ti. 

sábado, 18 de outubro de 2014

Para sempre

Li hoje um texto de Gabriel García Márquez que me fez sentir como se a minha alma, de repente, tivesse pegado em papel e numa caneta e desatado a descrever-se. 
"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja. Não me apetece viver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente para me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias, caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia. Quero grandes histórias e estórias; quero o amor e o ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crer que é para sempre quando eu digo convicto que "nada é para sempre.""
No meu último post falei do nunca, agora aparece-me aqui o "para sempre". Acredito mais no forever do que no never. "Nunca" é demasiado definitivo, tem uma carga demasiado pesada. "Sempre" é a esperança. O querer acreditar. Que sim, que vai ser eterno..........pelo menos enquanto durar!
Para sempre é amor de mãe. Para sempre é amor de irmã, aquele que sinto pelo meu baby brother. Para sempre é a minha crença em dias melhores (chamam-se sábado e domingo.....). Para sempre é que comigo ou é tudo ou não é nada. Pessoas água com açúcar podem ajudar se temos azia, mas só mesmo aí. Porque as pessoas, para mim, querem-se com picante, pimenta na língua se tiver de ser, mas com fogo na pele, no coração.
Para sempre é a paixão pela vida, porque havendo outra a seguir ou não (está para breve, prometo que falarei desta coisa das muitas vidas noutro dia em breve....) é nesta vida que tudo tem de acontecer. O bom e o mau. O amor e o ódio. A sede, a fome e a saciação. O querer.....e o querer ainda mais. A certeza e a dúvida. A alegria e o choro. Para sempre é sentirmos que entregámos tudo nesta vida: sangue, suor, lágrimas, pele, saliva......que repetiríamos tudo de novo, sem mudar uma vírgula, porque não seríamos os mesmos de outra forma. Que poderíamos ser mais assim ou mais assado, porque para sempre é acreditarmos que podemos superar-nos. 
Para sempre é o sonho. Não é outro qualquer bolo, é mesmo o sonho. Aquele que nos acorda às 4h00 da manhã e nos mantém alertas a pensar o que raio quererá dizer. E aquele que temos de olhos abertos, que nos esboça um sorriso. Aquele que nos leva a enfrentar uma fila de não-sei-quantos-crentes-de-que-é-a-mim-que-vão-sair-os-162-milhões só para entregar a aposta. Só para que tudo melhore para sempre.
Para sempre é termos prazer no que fazemos, no que vivemos, mesmo que implique andarmos a 1000 à hora, a tentar manter os pratos em equilíbrio, como um malabarista. É isso que nos permitirá vivermos para sempre na memória futura de quem nos conhece e gosta. Porque para sempre é não nos resignarmos, é sabermos que estamos no limite das forças mas, mesmo assim, descobrimos mais aquele bocadinho de energia que era preciso.
Para sempre é esta minha imaginação, inquietação, desassossego. Se estiver muito quieta, ou já a fiz, ou estou para fazer, assim mesmo, tal e qual a miudagem!
Para sempre............é o que quisermos acreditar. Enquanto acreditarmos será para sempre. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Algumas coisas não se explicam

....sentem-se e pronto!
Podia ser só isto o post e já estava mais que bem. Mas eu sou cá uma inquieta, que só assim não chega.....

O que é essa coisa do amor para sempre? Sente-se? O Ed Sheeran diz que sim, que é possível amar-se alguém até aos 70 anos como se tivessem 23. Com tudo! Amar debaixo das estrelas, colocar a cabeça no peito e escutar o coração, apoiar o outro a andar porque as pernas já não vão para novas, ajudá-lo a lembrar-se porque a memória é só uma vaga ideia, amar o outro mesmo que já não consiga tocar guitarra da mesma forma porque as mãos o atraiçoam..... Pode ser o toque da mão, mas as pessoas apaixonam-se de formas estranhas........e por vezes até não se esgota tanto amor numa vida. Será que se sente, mesmo? Caramba, deve ser giro amar assim!

O que é isso do nunca? Expliquem-me que eu não entendo! Tenho muito poucas coisas a que digo, com segurança, que nunca. As restantes, posso até achar que não vão acontecer, mas não posso afirmar "nunca". É daquelas coisas que não se explicam.....sabem-se e ponto.

Como é que é possível que alguém que não nos conhece acerte mais sobre o que somos do que os que é suposto saberem tudo de nós? Sentimos que alguém "não nos é de agora", que está ali para nos revelar algo, para que aprendamos. E eu escuto com muita atenção, sobretudo se é para dizerem aquilo que esquecemos tanta vez: segue o teu instinto, ouve o teu coração. E se der medo, vai com medo mesmo! Não se explica, certo?

O que nos faz seguir um caminho e não outro? (e não falo da vozinha do GPS, mas daquela dentro da nossa cabeça.....). Inexplicável, pois claro. Com uma mãozinha do senhor lá de cima, certamente, que começa por um pequeno som e, não tarda, nos grita aos ouvidos. 

Porque é que é errado sonharmos? Sonhos não se explicam, pode tentar perceber-se o seu significado, mas sentimo-los e essa é uma verdade indiscutível. Ainda que nos chamem malucos (e que por vezes até sintamos que somos) mas se o estômago os sente e o cérebro os produz, algo deve estar certo.

Estar desesperadamente triste, por se ser injustiçado, por querer muito algo que não acontece. Sente-se na profundidade do coração, não adianta tentarem explicar-nos. Nem que saibamos que um dia vai tudo ficar bem (isso sente-se sim, eu pelo menos sinto!!), que não vale a pena estarmos assim, que o optimismo é o melhor caminho. Ainda assim, é algo que não se explica, sente-se. E ponto final!

Da vida e do mau tempo

Sempre que chove, Lisboa alaga-se, os acidentes disparam. Vendo bem, há toda uma analogia com a vida!
Sempre que começamos a sentir que está tudo a compor-se, que parece que o mau tempo passou finalmente, pumbas, desaba-nos o céu em cima, transborda-nos a alma e só vemos pessoal estampado à nossa volta.
Segunda feira foi mesmo um dia terrível, mais um, daqueles que riscaria bem do calendário. Dia das Aparições.....e das revelações, acrescento eu! Vi tantos acidentes, senti-me tão impotente para ajudar (fico sempre frustrada quando não posso fazer nada....nem rezar as lengalengas, perdoem ser directa, que nos ensinam na catequese porque os meus paizinhos tiveram a escola toda a esse nível mas, democraticamente acharam, e bem, que se eu quisesse, e só nessa situação, iria aprender. E cá estou eu, com uma fé do camandro mas sem saber o mambojambo que se ouve nas igrejas...). Mas falo muito com o senhor lá de cima (não, não é o vizinho dos sons do amor...) e ralho-lhe, pergunto, na lata, se ele não acha que já chega. De chuva. E de chatice. Na estrada. E na vida. 
Irra, que era uma pedra e tanto, aquela que atirei à cruz!!! Já Te pedi perdão, sei que aceitaste, agora dá para mandar vir o Sol entrar de novo e permanecer por uma temporada valente??? Assim estilo uns 40 aninhos??? Para compensar os 41 que já cá cantam, sempre a ver chover a potes??? 
Manda lá a chuva devagar, quando voltar a ser precisa, para o Mundo. Para mim, dias de sol e calor, pode ser? Aquela beijoca repenicada, querido Deus, desta que tanto te grita porque tanto te estima....



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Os sons do amor

O amor tem imensos sons. E ainda bem porque o que dá calor e justifica a vida deve ser mesmo barulhento. Discreta só a tristeza, o amor quer-se alegre e espalhafatoso!!
Ainda que esses sons sejam em plena madrugada, e no andar de cima, if you get my point....(as filhas foram passar a noite fora, hem?? Ou foram os pais??) 
O amor tem um som que nos encanta: o que escolhemos para "you've got a message", aquele que nos deixa tão felizes quando o ouvimos ou nos leva a confirmar 50 vezes se o telefone não está no silêncio, quando nem há sinal dele. 
Tem também som de uma enorme gargalhada porque o nosso mais-que-tudo tem o dom de nos fazer rir (sem isso, o amor não sobrevive. Rir em conjunto com quem amamos devia ser obrigatório, estilo uma prescrição médica ou ter um decreto-lei a regulamentá-lo....). Quase conseguir ouvir o som da tua gargalhada quando te mando uma mensagem que só tu vais entender. Que não diz nada, mas tudo. 
A nossa música, aquela que nos diz tanto, ou, simplesmente, ouvir uma em particular e pensar imediatamente em quem nos tem o coração preso ao seu.
Das estrelas cadentes a rasgar o céu, quando lhes peço um desejo. Ou aquele que o mar faz, quase parecendo dizer o meu nome, tal como o dizes. Da chuva a cair lá fora enquanto estamos, confortavelmente, braços nos braços, pernas com pernas.....e do resto nem um som vão ouvir da minha boca!!
O som que o teu nome faz na minha mente, no meu corpo, no meu coração.  
O do chorar baixinho ou desesperadamente a soluçar. Por estarmos muito felizes ou muito tristes com o amor. Por aquelas coisas que só nós sabemos que doem como nenhumas outras. 
O som do nada dizer. Das mãos dadas, dos olhos nos olhos. Ou das conversas intermináveis, de dia, de noite, de madrugada. Sussurradas. Entre-cortadas pelos sons que, por vezes, são os vizinhos a ouvir.... 

Não se percebe para que serve

Ter o telefone cheio de aplicações, que nunca usamos e que não servem para nada, a não ser para ocupar espaço na memória do equipamento (não estou a falar de jogos Pimpa, não vás achar que é provocação...). Há tantas coisas que não servem para nada.....
Como não dar o braço a torcer numa situação que, já percebemos, não tem como resultar.
Como magoar quem mais amamos, sem perceber que, quem perde, somos nós. 
Tal como querer muito algo ou alguém e não fazer por que resulte. Evitar ser feliz, fazer o que gostamos e queremos mesmo, que quase ouvimos o coração a gritar "vai lá, não percebo tanta resistência!". O meu coração grita muito, é quase ensurdecedor....tenho de lhe estar sempre a dizer para ter calma, que vai ficar tudo bem. E, isto sim, serve para alguma coisa: ele tranquiliza-se. Mas por pouco, o irrequieto!
Esquecermos quem nos fez o bem.....e insistir em fazer o bem a quem tanto mal nos fez. Serve para nos magoarmos e fazermos figura de parvos, ou pior, de desesperados. Não temos de lhes fazer mal, só temos de não lhes passar cartucho nenhum, that's all!
Ter alguém fantástico ao nosso lado e não lhe dar o devido valor. Ou pior: ser esse alguém espectacular e pensar que não se vale o buraco na sola do sapato. Por isso  digo tantas vezes, no exagero mesmo, que quem gosto é o melhor do mundo. Se pudesse, punha um like em tudo o que fazes, dizes.... E não percebo para que serve conhecerem-te tão bem (I wonder if they really do) se não te dizem ou mostram que és simplesmente.....perfect!
Tentar fugir do que tem de ser. Quanto mais se vai contra, mais nos aproximamos. Não é forçoso mergulharmos de cabeça, mas ir contra as ondas costuma magoar-nos. E não serve para nada....
Andar com a neura só serve mesmo para ficarmos ainda mais chateados com o que quer que seja que nos atormenta. O melhor é rir na face do problema e deixar ir. Porque um sorriso ainda adianta. Mesmo.
Para que serve ter voz se não se pode gritar o que se quer mesmo....ter de sussurrar, dar a entender, ir por meias palavras? 

Incondicionalmente

Não há outra forma de amar. Não há outra forma de viver. Só mesmo Incondicionalmente.
Agora não me dá jeito que tenho muito trabalho/a cozinha para arrumar/os putos para tomar banho/a novela para assistir. Porque se não, tinha o tempo todo para ti. Para a vida. Uma bela trampa de desculpa isso sim!
Estar ali, como somos, sem filtros, sem desculpas. Porque quem está na nossa vida, quem amamos e nos ama, merece. Somente tudo. O que de melhor temos. Quality time, mas sobretudo, tempo para escutar, para falar, para abraçar e beijar muito, para amar até nos deixar de doer a alma, para sentirmos que, naquele momento, só existimos nós os 2. Sejam os 2 que forem! Tu e eu, claro. Eu e a filha linda que tenho. Irmãos e irmãs. Amigos para a vida. 
Estou certa de que sabes que te amo incondicionalmente. Com um filtro especial, é certo (aquele que dizes que uso sempre quando se trata de ti, porque sou exagerada), mas sem condições particulares que não sejam apenas porque sim, porque quero, porque me faz bem, porque te faço bem. 
Quando tudo se conjuga para que estejamos juntos, quando, coincidência ou não, à nossa volta toda e qualquer coisa que aconteça parece ter o teu cunho, tudo me lembra de ti, então aí sei que é incondicional. É só isso que peço da vida: sem "ses", sem "talvez", só com certezas. Tenho algumas destas (certezas), muitas dúvidas e uma só crença: love changes everything (olhá musiquinha sempre presente!).

Estamos cá uns para os outros. Para nos amarmos sem reservas. Incondicionalmente. E é assim que a vida e o amor devem ser. Sem tretas, sem desculpas, sem receios, sem mas. 

domingo, 5 de outubro de 2014

Homens que têm um "je ne sais quois".

(na senda dos DILFs mas sem a ideia do homem perfeito com quem daria umas voltinhas. Só mesmo para tentar perceber o que leva uma mulher a dizer grrraaauuu sobre um e não forçosamente sobre outro).

Não existe melhor forma de descrever aquilo que alguns homens têm que outros nem por isso: je ne sais quoi.

Até podem ter um nariz esquisito (José Fidalgo ou Javier Bardem, oh yes!) ou não serem propriamente uma estampa, mas têm assim qualquer coisa. 
Já sei que vão dizer "como é que é possível?" mas não acho piada nenhuma ao George Clooney. Já o Brad Pitt, eh pá sim senhora! Mas homens como o Hugh Jackman, o Christian Bale, o Gerard Butler ou o  Josh Brolin têm o que se pode chamar de coerência: até em filmes em que não são propriamente os "meninos bonitos" não têm como parecer feios. O olhar, talvez. Ou o sorriso, deve ser isso. Sobretudo carisma. Aquela coisa que brilha acima de tudo. E que arranca um "c'um catano, se tu olhasses assim para mim, acho que tinha de encontrar um buraco para me enfiar".
Eu, pessoalmente, uso mais a expressão "abençoada mãezinha que criou um filho destes". Mas é mais para o David Gandy.......
Nenhuma característica extraordinária. Mas todo o conjunto. Sexyness. Acho que é isso! Que consiga arrancar-nos um sorriso, uma gargalhada, uma lágrima. Que queiramos acarinhar, aconchegar no colo, despentear (este é um requisito claro: bom cabelo!), e mais não digo. Estou aqui em crer que até cheiram divinamente.....
Ter de escolher um é muito difícil, mas acho que ficaria pelo que ilustra este post. Josh Brolin. 46 aninhos muito bem conservados. 2 filhos. Deve ter uma catrefada de qualidades que não são visíveis no cinema, mas que davam para fazer cá um filme..... Um DILF, pois claro! Nem que fosse porque é um príncipe, o filho de um rei. Porque o paizinho também cabe claramente nesta descrição (James Brolin, para quem não saiba). Embora esteja mais para a geração do meu favorito James Bond: Sean Connery. Dois exemplares a quem facilmente se diria "grrraaauuu" ainda que há umas décadas atrás...

P.S: não é porque já almoçámos que não podemos ver a ementa. Trocado por miúdos (graúdos, no meu caso....): podemos estar muito bem casadas (se não é muito bem, continuamos nesse estado, porque???) ou ter um namorado/companheiro/coiso-e-tal que é mesmo a nossa cara, mas ver e comentar sobre o je ne sais quoi que um homem tem não faz mal nenhum. Ou querem-me convencer que não sabiam que não são só os homens que comentam sobre os "atributos" do sexo oposto?? Mas nós costumamos ser mais directas aos "qu'olhos lindos o gajo tem"......e depois vamos elaborando sobre  tema!!! Volto já, vou só ali abrir uma janela. Ficou um calorão aqui, agora...... 

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

DILF...não posso traduzir no título o que são!

(este post é para as minhas amigas mulheres, mas dá um jeito do camandro se os homens o lerem....)

Li um artigo esta semana sobre os DILFs serem os príncipes das mamãs.
O que são DILF's?? Pais com que não me importava de dar umas voltinhas (Dad I would like to f*** em bom inglês...). É mesmo isso: não precisam de ser brilhantemente bonitos, mas têm de ser pais (de pelo menos um!) e de ser aquilo que qualquer mãe de bom senso cria um filho para ser. Geralmente, definem-se por príncipes encantados ou, como lhes chamo "boy scouts".
Cavalheiro, pois claro, do género de abrir a porta e deixar-te passar à frente (para ver a parte posterior do teu corpo, na maioria das vezes, but who cares??). E que se vista bem (fim de semana não é de fa'treino, ok?? Abomino, sim??), que cheire divinamente, que fique despenteado quando lhe botamos as mãozinhas em cima e que de vez em quando deixe crescer uma barba sexy. Que seja, assim em traços largos, um Homem. Cá com tudo depilado o tanas!! 
Mas que cozinhe (ui, c'a bom, chegar a casa e já ter a comidinha pronta!), que leve os miúdos aos eventos sociais que têm sempre....e que volte a correr para casa para fazermos uma coisa que se chama..........deixa lá, os senhores já perceberam!!
Que seja um excelente conversador, mas sobretudo um óptimo ouvinte (ouquarenta, é mais o meu escalão etário....). Um romântico, não em demasia (não gosto de chocolate, flores gosto muito mas não forçosamente colhidas e arranjadinhas num ramo todo pipi), que me tire os pés do chão. Os pés e o resto........... E que, quando abre um sorriso, Nossa Senhora, eu até nem sei onde é que me coloque. Porque é somente um deslumbre! É assim um sorriso que até parece que ilumina a sala, ou o quarto....(melhor, poupa-se em electricidade!).
Um grande expert na sua profissão (que faça pela vida e tenha um enorme prazer pelo que faz....mais ou menos como eu, com a minha já famosa imodéstia!) e que tenha outras paixões na vida (além de mim, claro! Não forçosamente futebol, que confesso estou a ficar fartinha.......eu que era uma aficionada que chamava nomes aos árbitros quando ia ao estádio e que mandava os jogadores correr....), que permitam que, eu também, tenha tempo para as minhas "cenas". E que goste de praia pelo menos tanto como eu.....ainda que seja no Inverno, porque é tão bom ver o mar revolto lá fora e dentro do carro estar tudo....ia dizer tranquilo, mas não é verdade :)
Que goste de te dar a mão em público e mostre orgulho em te ter ali. Eu não o sinto como troféu, e demonstrações públicas de afecto não são lamechices, são só "eu gosto de ti e não me importo nada que tod'ó Mundo o saiba".
Geralmente, trazem um problema atrás, que se chama ex-mulher.....mas eu sou mais eu!! Pensando bem, 2 problemas: costumam ter uma mãe possessiva, que insiste em nos fazer aquele prato que sabe que abominamos (ah, querida, desculpa, esqueci-me...) ou em chamar-nos o nome de uma antiga namorada..... Queridas sogras, ainda bem que não se chamam Esperança......embora haja as fabulosas, aquelas que dá mesmo gosto em lidar com. E que sabem que criaram um filho espectacular!

Não tenho um filho, mas se tivesse, estou certa de que o educaria para ser o Homem que eu quereria ter sempre ao meu lado (ou que gostaria para a minha filha, pois claro!). Criado para ser um Apolo, que tenha sabor a um Deus, e que seja um verdadeiro pecado. Que biolência........ 
  

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Tudo começa com uma música.....

Não sei se se passa o mesmo convosco, mas eu não consigo deixar de associar uma música a um local ou a um evento da minha vida. Se pensar bem, não posso dizer que "a minha vida dava um filme" mas antes "a minha vida dava uma banda sonora"!

A melhor forma de se dizer o que nos vai na alma é com uma música. É ela que explica o que não conseguimos. Com ela posso desejar "all the luck" sem dizer isto mesmo. Novas etapas exigem sempre uma música que lhes dê sentido. Mesmo os caminhos que traçamos todos os dias estão repletos de "sempre que passo aqui lembro-me daquela música". Acontece algo semelhante com os cheiros (associamo-los a pessoas, datas, locais...) mas é mais difícil esquecer uma música. 

Nada descreve melhor o que gostaria de dizer ou como sinto algo do que a música. Quase tenho a sensação de que o autor me conhece melhor que eu própria, que escreveu aquilo a pensar em mim. E também digo muitas vezes às pessoas de quem gosto muito que "aquela música és tu" ou "ouvi aquilo e pensei tanto em ti....". Porque dedicamos músicas a pessoas, na esperança que percebam que aquela letra é para elas, que saibam ler nas entrelinhas o que estamos a transmitir. "Amo-te" soletrado numa música é tão mais bonito.... Estou certa de que as músicas têm personalidade própria e que absorvem a dos que as ouvem. E que nós nos tornamos no que ouvimos.

Sou o que se pode chamar uma nulidade no que toca à expressão musical: não me lembro nada das minhas aulas de música (também, há 30 anos....querias o quê??) e nem sequer toco campainhas de porta como instrumento. Talvez por isso admire tanto quem consegue, de ouvido, identificar lá-sol-lá ao que me parece, a mim, apenas um acorde. Quem toca incessantemente piano ou guitarra de forma quase autodidacta. É assim como me falarem italiano ao ouvido......if you know what I mean.
Onde é que eu ia?? Ah, sim, música! Da única que não gosto é daquela que insistem em dar-me......até pode parecer que estou a escutar, mas estou mais na senda do "la-la-la-la-la-la". E até me sai um "'tou cheia de t'ouvir" de vez em quando.
Na música, como na vida, ficamos cansados de estarmos sempre no mesmo registo e sabe tão bem revisitar o que nos arranca sempre um sorriso e nos traz boas memórias. Não há como fugir, mesmo que saibamos que seria mais lógico que o fizéssemos. Porque num qualquer recanto, vamos dar de ouvido com o que estamos a evitar.
Só tenho mesmo pena que as músicas não me digam como eu lhes digo tantas vezes: gosto tanto de ti, pá! Passava horas a ouvir-te, em modo repeat. Mas, com o meu egocentrismo, digo que, se a música fosse uma pessoa, seria exactamente como eu. O resto, adivinhem porquê!!!!

domingo, 21 de setembro de 2014

O mais perturbador de todos os sentimentos

Impotência.
Um dos filmes mais perturbadores de sempre para mim é "The fault in our stars" (A culpa é das estrelas). Porque traz, do princípio ao fim, o mais cruel e perturbador dos sentimentos: a impotência para se mudar o que quer que seja que está "escrito nas estrelas". Não é o destino, que esse não é cruel. É o que se (não) consegue fazer para que, no final, fique tudo bem.
Já passei por algumas situações em que o fdp do cancro (uma delas demasiado perto de mim) achava que levaria a melhor. Acredito que não chega somente ser optimista (ajuda, mas é só isso), nem fazer os tratamentos todos certinhos, nem rezar com a crença de que Deus vai saber guiar a mão do médico que vai operar ou da enfermeira que ajuda na quimio/radio/diabo-a-sete que inventaram para lutar com este demónio que não escolhe idades, credos, raças, mas que geralmente sabe bem se a pessoa é ou não um fdp ainda maior que ele. A esses, ele passa, geralmente, ao lado. É preciso que não seja esse o "caminho traçado nas estrelas".
Perturbador é pouco. Deixou-me mesmo de rastos. Eu sabia que não devia assistir (porque tinha lido o trailler) mas quando me ofereceram a banda sonora (não sei se já vos disse aos 2, mas adorei.....está em modo repeat no leitor de CDs do meu carro) foi mais forte que eu. Porque as músicas escolhidas para ilustrar a história só podiam significar que esta é especial.
Leva-nos a querer ir a correr doar medula, fazer um donativo à Acreditar, ou, simplesmente, agarrar nas pessoas que amamos e colocá-las dentro do nosso peito para ficarem ali para sempre, protegidas.
Há infinitos que são maiores que outros. Parece um paradoxo, mas não é. Há coisas que são infinitas para nós mas uma delas é o maior dos infinitos. Chama-se VIDA, acontece-nos todos os dias e é o melhor que temos. Poucas vezes é o que sonhamos, mas é somente porque a vida não é um poço de desejos (uma das melhores frases do filme). 
Sonhar, desejar, amar, beijar, rir, sempre como se a vida fosse mesmo infinita. Deve ser o melhor remédio para se viver eternamente. Não sei bem se a minha vida é um infinito ou um simples 8 gigante (é algo do género, não é John Mayer?) mas sei que, nela, algumas coisas são infinitas. Mesmo que não o esteja sempre a dizer. Mesmo que devesse fazê-lo mais vezes. São essas que ficam para sempre em mim, que me devoram o pensamento. Como mensagens que não apaguei e que vou lendo uma e outra vez. Muitas vezes, esboçando um sorriso. Noutras, com lágrimas enormes.
Se ainda não viram o filme, não vejam. Ou melhor, vejam. Que vos fique a memória, nem que seja por mais um bocadinho depois da história terminar, que somos impotentes para lutar contra o que "está escrito nas estrelas" mas que a culpa não é delas quando nos esquecemos de fazer o que está ao nosso alcance. É somente nossa. Antes que chegue o grande infinito talvez seja melhor começarmos a fazer mais e a pensar menos.....

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O que muda em nós

Segundo o que aprendi esta semana (à mamã Ladybug o meu obrigada) a vida primeiro dá-nos o que precisamos e só depois o que queremos. Porque temos de ser fortes antes de sermos felizes. Ou porque temos de aprender e depois sermos felizes, acrescento eu. A vida é feita de aproveitar o espaço entre o que de mau nos acontece e o que ainda consideramos ser felicidade. Que é como quem diz "o tempo somos nós quem o faz" (não é bem....acho que é um senhor Santo que está chateado com a malta aqui por baixo. Fogo, S. Pedro, diz que o Mundo desta vez acaba em fogo. Chuva foi com o Noé, lembras-te??). Estou tão certa de que o Diabo detesta malta que sorri perante as adversidades, que está sempre a enviar-lhes mais, estilo um "a ver se te arranjo forma de tirares esse sorrisinho parvo da cara". Talvez por isso é tão irritante para quem não gosta de nós ver-nos felizes. E com quê senhores? Muitas vezes rimos para não chorarmos (sim, eu sei, há uma música com esta frase...). 
Essa é uma das aprendizagens, aquilo que muda em nós. Outra é que, por mais que façamos assim ou assado, vamos ser sempre criticados. A pensar nisso, eu faço como me apetece.
E também me apetece dizer como Tchekhov: aquilo que provamos quando estamos apaixonados talvez seja o nosso estado normal. O amor mostra ao homem como é que ele devia ser sempre. Mais uma mudança a fazer em nós.....estarmos sempre apaixonados! Poucas coisas nos mudam tanto como o nascimento de um filho ou o desaparecimento de alguém muito importante para nós. E sobretudo quando quebramos um ciclo. Talvez por isso não entenda quando alguém acha que volta tudo a ser como antes. Nada fica como antes, porque somos o que tivemos como experiência.
Acredito que as pessoas ou são ou não são e que dificilmente um filho de uma grandessíssima mãe passa a ser uma boa pessoa ou uma destas se torna num verdadeiro demónio. Porque não se muda na essência. Apenas nos acontecem aquelas coisas que se chamam dias, eventos, e que têm o condão de mudar alguns aspectos na nossa forma de ser ou estar. 
Muda muita coisa quando passamos a barreira dos 40 anos. Ou porque nos damos conta de que já devemos estar a meio da vida (com sorte...) ou porque pensamos em tudo o que ainda não fizemos ou, pior, na trampa toda por que já passámos. Se quisermos, especialmente porque nos apercebemos de que cada vez temos menos paciência para o que não nos torna mais felizes mas não necessariamente começamos a fazer o que nos abre um sorriso e nos leva a crer que afinal-esta-cena-de-viver-é-bem-fixe. O que é uma pena, porque só falta metade da vida para abrirmos os olhos. Ou a vida se encarregará de nos fechar os mesmos em definitivo. 
Não sei quanto a vocês, mas eu tenciono continuar, todos os dias, a mudar um bocadinho! A ter mais paciência e a ser condescendente, a gritar menos e beijar mais (ainda bem que a minha filha não lê isto ou ia já cobrar...), a ouvir mais e a falar menos. Enquanto não tivermos uma orelha e duas bocas, é isto que é esperado de nós... Isto e que saibamos perdoar, ainda que não esquecendo, amar mais do que somos amados, dizer que gostamos a quem gostamos e, mais importante que tudo, que façamos tudo ao nosso alcance (mesmo que nos chamem de loucos) para sermos felizes e fazermos felizes quem tem o nosso amor. Ainda que custe, que nos doa de caraças, que pensemos que não temos mais forças. Porque mudar não é fácil e mentalizarmo-nos disso ainda é mais difícil. Mas temos de começar nalgum sítio e momento... 
Não está a chover de momento....vou só ali dançar como se não me doesse a alma, como se tudo fosse perfeito. E é-o quase, porque não sendo um poço de desejos, a vida é um poço de realizações e mentalizações. Eu, por mim, sei o que fiz até hoje e o que quero ainda fazer. E poucas coisas o (me) podem mudar....

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

What if I.....?

(sabes qual é a música de fundo.......!)

.....chegar aí à tua porta e te gritar o que me vai na alma? Não posso, prometi a mim mesma que não voltava a passar aí perto...
....te disser que deixei a chave de minha casa debaixo do tapete e que só tens de entrar e escolheres o teu melhor fato para me surpreender? Pode ser aquele que usamos para amar.... Já sei, não podes, há sempre algo pelo meio....
...te confirmar que és a melhor coisinha que Deus pôs na Terra (depois de mim, é claro......)? Ah e tal, que exagero, dirás.
....te chatear até à exaustão, até dizeres que sim? Porque não podes hoje, mas amanhã é um dia tão bom como qualquer outro e tem uma enorme vantagem: está somente a 24 horas de distância!
...te explicar que nada disto vai desaparecer, nem tu, nem eu, não por nenhuma arte mágica especial, mas somente porque amar é isto mesmo? Sou maluca.....sim, totalmente. E sabes maluca por quê (quem)!
...te disser todos os dias que não há nenhum local melhor para estar que nos teus braços? Especialmente no final dos teus braços: nas tuas mãos. É aí que estou...
....te contar que gosto do teu jeito bossy? Nem que seja para um "amo-te, vira ali à direita!".
...te mostrar que há quem se cumprimente com um aperto de mão ou um beijo quando se vê e que nós os 2 temos outra forma mais pragmática de o fazer? Tens é de ter tempo para isso....meia hora é pouquinho!
...te pedir para não leres isto mas antes vires aqui escrever um livro inteirinho comigo? A capa não é muito importante, mas as páginas de dentro.....estão todos os dias a acontecer, a enriquecer a leitura!  

...told you that I'm gone steer clear, I'd burn up in your atmosphere... 'Cause I'd die if I saw you and die if I didn't see you there.....

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Do amor e de outras coisas maradas....

(ao som de You're never gonna be alone, dos Nickelback)

Nascemos sozinhos (quer dizer, estava lá a nossa mãe...), vivemos sozinhos (com a companhia das pessoas certas, claro, e das incertas também...) e morreremos sozinhos (ainda que dando a mão, naquele momento, à pessoa mais especial da nossa vida, se tivermos essa sorte!). Gosto particularmente de uma ideia a propósito da morte: se viveres até aos 100 anos, eu quero viver esse tempo todo menos 1 dia, porque não quero passar nem 24 horas sem ti (coisa mais lamechas, né??)
É uma "cena" fabulosa quando descobrimos a pessoa que nos faz sentir que nunca mais vamos estar sozinhos. Eu chamo-lhe "a minha filha" mas também "amor" (quer dizer, não lhe chamo "amor", que acho pindérico, mas outro nome muito mais original e menos....coiso! Algo tipo "boy scout").
O amor é assim uma espécie de tatuagem que passa por nós: fica-nos para sempre. Podemos camuflar um amor com outro, porque o 1.º já não nos assenta bem, mas uma decisão de ficar com aquele amor para sempre, colado no nosso corpo, nunca é leviana (nem com uma valente bebedeira nos queixos!). É mesmo algo que se entranha e que adoramos ver em nós. Há quem nos chame loucos (por termos uma tatuagem ou um amor inexplicável) mas é o que dá sermos tudo menos convencionais no que se refere a sentimentos. 

Quando é amor sabemos. Cá com mer**** é que não! Porque a menor menção do nome dele nos arrepia, qualquer mensagem/notícia/leve sinal da sua presença nos tira o chão. Porque o queremos ver feliz, connosco ou sem nós. Porque não se explica, só se sente, só se vive, não sai da gente (era para rimar, que eu não digo "da gente", ehehe!). 
Todas as cartas de amor são ridículas, dizia Álvaro de Campos. Eu digo: todas as histórias de amor são ridiculamente "a melhor", desde que seja a nossa. Nenhum amor é mais forte, nenhum mais intenso do que aquele que vivemos. É ou não é? Todos pensam isso do seu amor. Se não pensam, será mesmo amor? 
Sou muito desassossegada, eu sei, passam o tempo a perguntar-me porque raios é que eu faço tanta pergunta, me inquieto tanto. Digo que é porque não sou capaz de aceitar o "mais ou menos e já 'tá mais que bom". Ferve-me o sangue nas veias, quase que se fritam os neurónios (poucochitos, mas não param quietos...), é assim uma espécie de descontentamento. Sempre com optimismo e fé de que um dia será mesmo tudo muito melhor. E sempre desinquietando os outros, aqueles que valem a pena. Os que têm o amor à flor da pele mas que o escondem atrás da racionalidade do "parece mal". Só que sabe tão bem.......
Sei que Deus me perdoa, apesar de não ser uma menina bem comportada ou ajuizada....porque Ele gosta dos irreverentes, dos que usam sandálias quando chove a potes (mas o que é que me passou pela cabeça hoje de manhã??), dos que se recusam a aceitar que certo certo é seguir o que "sempre se fez". Certo certo é seguirmos o que a nossa voz interior (o anjinho ou diabinho que vive no nosso ombro) nos diz, o que as entranhas gritam, e que até o cérebro acredita que tem mesmo de ser ou ele próprio explode! 
E, sim, a minha é a melhor história de amor que existe. Porque eu acredito e esse é o mistério para tudo dar certo!



sábado, 13 de setembro de 2014

And that's it!


Uma mensagem inesperada, uma notícia imprevisível, uma inacabada conversa que nos deixa, mais uma vez, com uma brutal insónia umas 2 horas antes do despertador tocar.
Um dia inteiro com a memória naquele momento, com a sensação de que há muito mais a acontecer e que não percebemos o que é. Antes que o dia se conclua, uma nova descoberta que nos desvia, por momentos, dos pensamentos que nos atormentaram. Que nos diz muito e nos abre a alma. Mas voltamos sempre ao mesmo...
É uma verdadeira pain in the...neck quando nada nos tranquiliza a ânsia de saber mais ou, melhor ainda, tudo, tudinho. Nem o turbilhão de coisas que fizemos num só dia, ou as descobertas e boas novas no seu final. Estivemos entretidos, foi isso...
E porquê? Somente porque o que falta saber é o que nos afasta da perfeição. O que ainda não vivemos aperta o presente. Viver hoje preocupados com o amanhã só nos tira o tempo de hoje. Pois sim, mas as mulheres são tão curiosas, impacientes, inquietas que nem o facto de sabermos com toda a certeza que "that's it, that is perfection!" nos acalma. Mas posso ser só eu....

Gosto de surpresas, já o disse montanhas de vezes, mas só das que posso aproveitar ao máximo. Quando fica a meio termo é uma chatice! Gostava mesmo que as coisas na vida tivessem um time to market mais interessante......leva tudo tanto tempo! (lá está a minha impaciência...)
"Só" queria TUDO......acho que não é pedir muito! E queria que fosse rapidinho.... Porque quando estes sonhos se cumprissem, era tempo de pensar nos próximos. (lá está a minha inquietação...)
Sai um tudo e depressa, ófaxavor! And that's it!

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Sempre que penso nisso....

(alerto já que este é um post um bocadinho lamechas. Se não têm nada melhor para fazer, tipo arrumar a cozinha ou ler emails, deixem-se ficar. Mas olhem que fica o aviso....de que pode ser um valente desperdício de tempo. Eu depois constato nas estatísticas!)

A maioria das coisas importantes na vida não são coisas. São sensações, sentimentos, crenças, certezas, chamemos-lhes o que quisermos, mas não lhes podemos ficar indiferentes. 
É assim um turbilhão de eventos que nos mudam, que deixam tudo deles em nós. Por vezes verdadeiros nadas, parvoíces, que nos fazem sentir felizes, eufóricos, tristes, cabisbaixos, desesperados....

Crenças, que se entranham, feelings que não se explicam e injustiças que nos entristecem. Esperar que os outros sejam justos connosco só porque somos justos com eles é o mesmo que achar que um leão não nos comerá (se tiver a oportunidade...) só porque o não comemos a ele. 
Disse, aqui mesmo, em vários textos meio aparvalhados, uma quantidade de coisas de que gosto muito e outras de que não gosto mesmo nada. 
Neste caso, não se trata de gostar ou não, mas antes de acreditar ou não. Aquilo em que acredito é que existem certezas que não têm qualquer justificação científica. Acontecem porque têm de acontecer, façamos muito ou nada por elas. Não é uma espécie de fatalismo mas fuckin' karma, if you like it
Coisas assim como conhecermos alguém há bastante tempo e um dia acontecer um olhar mais intenso, que nos acende um Sol ali mesmo, que ilumina a sala e, de repente, um espaço outrora cheio de malta, fica quase vazio. Tudo roda à volta daquele sorriso, daquele olhar, de algo que não tínhamos visto antes mas que não permitirá que mais nada fique como era. E damos por nós a pensar (raio de vício este, o de ter de analisar tudo!!) se significa algo, se fomos só nós, se as borboletas alguma vez se vão acalmar.
Porque, segundo li já nem sei onde, é apenas preciso um momento para gostarmos de alguém, uns dias para lhe dizermos "gosto de ti" e uma vida inteira para o provar. 
Acreditar é só parte da magia. Gostar é um ingrediente fundamental. O resto chama-se "fazer pela vida". E não são precisas mais explicações!

Sempre que penso nisso....não consigo evitar sorrir :) 

terça-feira, 9 de setembro de 2014

Mais uma moeda, mais uma volta

Até parece, por vezes, que a vida se resume a isso: voltinhas no carrossel. Quase quase como "põe lá a moeda e dá mais uma volta". E sem o "menina bonita não paga mas também não anda". Porque é no andar que está o segredo (na vida, como em andar de bicicleta, o equilíbrio mantém-se se estivermos em movimento, já dizia o outro). Mesmo que não nos apeteça sobremaneira.
Assim uma espécie de mãe que nos insiste em levantar da cama com um "vá, tem de ser, a escola não espera e depois não apanhas o comboio". Mesmo assim! Se não seguimos em frente, ainda que às voltas com a sensação de acho-que-estive-aqui-esta-cena-não-me-é-nada-estranha, a vida passa por nós sem darmos conta que o dono do carrossel não tarda pára o espetáculo porque se nos acabou o tempo daquela moeda.
Não é uma questão de deixar andar sem direcção, mas em escolher muito bem, antes de subir, se queremos o avião, o carro dos bombeiros ou um dos animais da selva. Se ficamos com a aventura ou com a tranquilidade. Se fazemos ou deixamos que façam. Talvez em sermos nós os donos do carrossel e em vermos um entra-e-sai da nossa vida, com malta a correr para escolher o melhor local para se abancar ou somente em passear por ali sem fazer uma opção, só lhes restando o que esteja vago ou saltando fora, devolvendo o bilhete com um "olha afinal não quero andar nisto".
Porque isso também faz parte do espetáculo: dar por nós a pensar "não sei andar nisto, parem o carrossel"..... Mas, mal ou bem, ele prossegue, só nos restando esperar que termine, com um ar de enjoo ou, muito melhor, colocando o melhor sorriso que temos, gritando yupi a plenos pulmões e acenando a quem assiste lá fora.
Enjoy the ride: there is all you have, so it's better to pick the best place and make every moment count!