quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Ai Paris

Presunção: já cá vim umas 50 vezes. Realidade: só 2 ou 3 delas é que passeei pela cidade. 
Têm sido viagens para esta cidade umas atrás das outras. Muitos projectos, este Grupo a que pertencemos não pára! Somos expresso em tudo o que fazemos, inovamos e estamos um passo à frente! Mas estava a falar de Paris....
Da última vez que aqui estive (há 3 semanas...) tive o que se pode chamar de viagem atribulada.
Na chegada: hotel ao lado do Arco do Triunfo! Vôo: impecável! Na companhia do ícone maior da música romântica portuguesa, o homem que esgota Meo Arena, Olimpya... Tony Carreira, esse mesmo. Duas palavras: simplicidade e simpatia. Mais uma: engatatão. Pelo que faz na vida e ela por ele, não de natureza. E porque a mulherada até se punha de pé para confirmar que era ele!! Orgulho nos filhos. O David é uma máquina de trabalho! Em França conhecem-no melhor que a mim.... E conta anedotas, promete um CD para a miúda que faz anos na sexta-feira e que quer ir entregar-me pessoalmente. Tretas, isso sim! Esqueceu-se, tem muito em que pensar... Perdeu a hipótese de mais 2 fãs, foi o que foi!
Reunião em Paris é sempre um must...Allo Allo prestes a acontecer! É o René....ai não, é o Concierge..... 
Geralmente os restaurantes são assim pr'ó paga muito e come pouco e esquisito (menos as sobremesas, que essas são fantásticas). Dessa vez, sítio espectacular, música excelente, gente gira....e a equipa do Paris Saint Germain (os mais novinhos...). Selfie com o David Luiz! Tantos meses na 2ª circular enquanto o tipo jogou no SLB e nada....foi preciso jantar em Paris, caramba!!!
Passear por esta cidade é sempre místico. Tanta coisa perto de nós, centenas de anos de história (se contar com o que está dentro do Louvre, são milhares...), frio, gente triste e metida consigo mesma. E têm os condutores que mais pessoas convertem ao Cristianismo.... Fui o tempo todo no táxi a dizer Valha-me Deus e Ai Jesus. A dado momento penso que me benzi e disse uma ou duas Avé Marias. E ouvi um até-logo-Célia no meio de uma rua! Há mesmo portugueses por todo o lado!!

Desta vez, as tais 3 semanas depois, deu para dormir a meio da tarde no avião, deu para nem sair do aeroporto: jantar, estadia, reunião, almoço, tudo no hotel, dentro de um dos vários que existem nos edifícios do aeroporto Charles de Gaulle. As e os colegas a dizerem o que mais parecia "let's send a massage"....e eu a absorver cada bocadinho do que aqui se disse e a pensar "estou tão tramada, mais isto tudo para fazer!!". No regresso sempre a tentar o meu desporto mais recente: famouseeing! Tenho tantos pedidos: Bono Vox, Bon Jovi, David Gandy (este é expressamente para mim....se bem que o rapazinho da caixa na Zara kids anteontem, nossa Senhora.... Abençoada mãezinha!). A única coisa que vi foi ninguém poder sair do aeroporto por avião, comboio ou simplesmente carro: mala suspeita. Durou 10 minutos....aqui é tudo mais rápido! Militares armados por todo o lado, tira lá os sapatinhos....e pronto, podes embarcar. Volta lá para o teu retângulo à beira-mar plantado! 

Cidade da Luz. Da torre mais famosa do mundo. Dos melhores croissants e baguetes que existem. Mas não há nada como regressar a Lisboa.....



domingo, 25 de janeiro de 2015

Life is like a mission

Só se ganha o que merecemos. Se soubermos o que raios estamos a lutar para. Se formos os melhores no que fazemos. Se olharmos a morte nos olhos e dissermos "não te temo, mas gosto de cá andar, vai procurar outro que se amedronte".
À distância de uma vitória. Ou de uma derrota. Assim se vive. Numa missão permanente. Até podemos ter os camaradas de armas prontos a ajudar-nos, mas sem estarmos preparados para enfrentar o maior dos inimigos, nada feito.
Tantas vezes morremos na praia. Porém deixamos lá tudo: sangue, suor e lágrimas. 
Somos soldados que são convocados para a luta no exacto segundo em que respiram pela primeira vez. Estás por tua conta, rapaz! Recrutas, se tivermos quem nos ensine e prepare um bocadinho para o que vamos viver. Ou nem por isso, e atiram-nos direitinhos para a frente de fogo. Paramos aqui e ali nas trincheiras que se abrem e que chamamos de aconchego. E quantas vezes não temos outra hipótese que não matar, para não morrer. 
Vemos tantas atrocidades a acontecerem à nossa frente e, sem munições, não podemos fazer mais que apanhar os pedaços que ficaram, que pegar nas nossas armas e ir à procura de outro local onde desafiar a vida. Recarregar. Disparar. Acertar. Ou errar. E recarregar de novo. Respirar fundo e deixar que a guerra tenha aquele intervalo que uns chamam de paz e eu de felicidade. Não se é feliz o tempo todo. Só nos momentos em que estamos distraídos. Em que pousamos a arma e pensamos que o pior passou, que nos vão deixar ir para casa. Descansar e ficar eternamente afastados da guerra. A sério?? Isso existe??
Desistir é que nunca. Deixar de ser o que somos, ou aquilo em que acreditamos, jamais. Morrer por não querer mais lutar é impensável. A vida é uma missão até ao fim. Ganhe-se ou ganhe-se. 



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

10 anos de mãe

Faz hoje 10 anos que fui mãe. Que deixei de ter o coração a bater dentro do meu peito. Agora bate no da minha filha.
O amor mais puro, indescritível e louco que existe. Como é que é possível ficarmos a adorar um papel com meia dúzia de rabiscos que ela fez e que diz, com 2 anos "és tu, mamã"?? E guardamo-lo para o resto da vida....
Como é que nos censuramos cada vez que gritamos, porque queremos só o melhor para ela? "Vai lá com calma"...apesar de te tirar do sério como ninguém.

Dou por mim a ouvir saírem palavras da minha boca que mais parecem saídas da da minha mãe há 30 anos atrás..... Porque só há 10 anos percebo o que significa amar como a mais ninguém. E como é filha única, pumbas, tem o coração todinho para ela!

Uma enorme cúmplice. A pessoa mais parecida comigo que conheço, raça da miúda que parece que anda a ler o meu guião. Pensamos e falamos nas coisas ao mesmo tempo!

Tem um dia tal como tu: espectacular! Gosto de ti daqui até à Lua e volta, 3 ou 4 vezes.

Para ti, minha princesa, a música que sabes que te dedico desde a primeira vez que a ouvi. Porque estou sempre aqui para te incitar a ser o que Tu quiseres.


how to compliment a little girl

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

É assim uma espécie de instinto....

(Baseada nas músicas Animals e Maps dos Maroon 5)

Várias coisas nos distinguem dos animais. Lealdade, por exemplo, mas o que me traz aqui hoje chama-se instinto. Porque nos esquecemos de o seguir e eles não. Porque "parece mal" dar ouvidos ao que de mais básico existe em nós....
Talvez não tanto dizer a quem se gosta "vou caçar-te esta noite e comer-te vivo", mas pelo menos um "nem penses que me escapas, sinto o teu cheiro a quilómetros de distância". O que de mais honesto e verdadeiro existe: olha pá isto é assim uma espécie de ultimato. Eu tenho aqui o mapa que vai direitinho a ti e sei segui-lo de olhos fechados. Podemos escolher só o cenário porque os caminhos dão todos no mesmo. 
O olfacto é tramado. Ainda que estejamos longe, parece que lhe sentimos o cheiro do perfume, da pele, da saliva. Pronto já perceberam! 
Isto é o que os animais têm que nós esquecemos. Que o mapa para amarmos e sermos amados passa por deixarmos os instintos virem ao de cima. Gostas mesmo? Corre atrás, caça, ou deixa-te caçar. O caminho para lá chegares está no tal mapa: na palma das tuas mãos, na ponta da língua, no som que ouves, no cheiro que te diz tanto, no olhar que não engana e que não consegues desviar. Vai lá tudo dar direitinho: a ele/a.
Somos inteligentes, pensamos antes, durante e depois de fazermos seja o que for. Não estou a ver um leão a correr atrás da gazela e dizer "o melhor é não a comer, porque tem filhos pequenos e se calhar o xôr gazelo tem mais que fazer que ficar a aturar os putos"....come e pronto! Pois, não é bem a mesma coisa, mas quer-me cá parecer que pensamos demasiado e agimos instintivamente vezes de menos. 
Há assim uma coisa que se chama gut feeling, borboletas na barriga como lhe chamamos e a que eu já fiz alusão umas quinhentas vezes só neste pasquim. Esse feeling que nos costuma dizer se fazemos bem ou mal se formos por aquele caminho, se aquela pessoa/situação são ou não a mais apropriada. Como qualquer bicho, as borboletas conseguem ser chatas quando se põem aos gritos (é uma imagem gira...uma borboleta a gritar!!) e nos irritam com o "o que é que ainda não percebeste??". Deve ser porque anulamos muito a nossa audição....aquela voz que está no fundo do cérebro e que nos chama nomes feios quando não a escutamos ou, lá está, às borboletas. E que diz que há coisas que não se explicam, pessoas que não se esquecem, situações que temos de repetir todos os dias, se nos fazem mesmo felizes. Não falo de comer todos os dias o mesmo prato (até o leão come zebras....), mas de levar à mesma finalidade por várias formas. Não vou explicar, claro, entendam como e o que quiserem :) 





terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Horizontes

Há horizontes que se cruzam a toda a hora. O deste lado antecipa-se para chegar ao outro. E o contrário por vezes também. Trazem com eles momentos irrepetíveis, daqueles que dávamos tudo para capturar em imagem para sempre. Sentimentos indescritíveis, o coração que dispara num salto porque não sabe se e quando volta a sentir daquela forma. E, como qualquer outro fenómeno no Mundo, horizontes também se afastam. Por momentos ou irremediavelmente. São por vezes atravessados por magníficos arco-íris que podem representar a esperança de bom tempo ou somente dois estados que se cruzam: chuva e sol. Que parecem irreconciliáveis. Talvez sejam somente almas que não se podem encontrar. Como o Sol e a Lua, que juntos dão um eclipse ou pelo menos um espectáculo digno de olhos atentos.
Horizontes longínquos, separados por quilómetros ou dentro do mesmo  espaço. Uma linha ténue os divide e os junta. Em face do mar, calmo ou revolto, inigualável como só ele. Mergulhar no horizonte do outro, como no mar que não conhecemos, pode levar à dor. Mas o desejo, o sonho, são mais fortes que nós e por vezes significam uma felicidade extrema. De encontrar o horizonte que nos completa. Ainda que a procura pareça interminável, um dia chega ao fim. E visto deste lado, o horizonte que cruza o nosso é magnífico. Baixar a cabeça para admirar o horizonte pode parecer um contra senso embora seja um recomeço. Ver o que sempre esteve ali. E que podemos perder por não querermos mergulhar ou por recear viver o sonho.
Há horizontes magníficos. Que se cruzam infindavelmente.


domingo, 11 de janeiro de 2015

O plano

Há dias convidaram-me a ver o filme Agentes do Destino (The Adjustment Bureau) e comentei "este fim de semana, vejo este fim de semana". E vi. 
O que seria um filme de ficção e romance tornou-se numa revelação. Ri-me um bocado em certas partes, porque me revia a mim e a certos eventos da minha vida, das vidas de cada um de nós.
A quem não viu, as minhas desculpas por revelar o filme, mas no fundo se virem o trailler está lá quase tudo. Existe um destino, e gente que se encarrega de fazer com que o sigamos. Mas também o livre arbítrio, aquilo que nos é entregue para fazermos o que quisermos da nossa vida. Como se esta fosse mesmo um livro em branco para o futuro. Para sermos e fazermos o que entendermos, sem pensar nas consequências.
Isto é muito bonito, pensarão, para quem não tem responsabilidades! E se nos atrevermos a ser inconsequentes, uma vez que seja?, digo eu. Pode ser que lhe ganhemos o gosto porque sentimos que algo ou alguém tem mesmo de ser. Faz sentido, não porque está no "Plano" mas porque nos sentimos bem, porque ficamos felizes. Quebramos as regras, é certo, mas duvido que o Chairman nos queira "formatados ao Plano". Acho que Ele ou os seus obreiros nos meteram isso na cabeça. Que temos de agir como é esperado. Que o que o coração ou o estômago sentem, que o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios têm de ser apagados em face da agenda que trazemos.
Treta! Enorme treta! Aprendemos todos os dias com o que nos vai acontecendo. Nem sempre conscientes, mas há eventos ou pessoas que, de repente, nos levam a sair da matriz, do Plano. E a pensar que o que aconteceu, que tudo o que criticámos ou dissemos que não faríamos jamais, é o caminho que nos leva a saber como agir hoje. A não censurar. Simplesmente a fazer o que, quando e se nos dá prazer. Não é porque parece mal aos olhos do outros, ou porque vamos abrir uma porta que está condenada ao fracasso ou, pior ainda, a levar a que outros não sigam o seu "caminho", que devemos deixar de o fazer. Porque os outros também têm o seu livre arbítrio.

Acho que foi isso que este Agente me trouxe. Uma convicção que ontem mesmo tive, à noite, depois de pensar nos reencontros que o dia me trouxe. Não me arrependo de nada do que fiz na vida e não quero jamais arrepender-me do que não fiz. Permito-me a ser irresponsável, ainda que sempre controlada, pois claro. Livre arbítrio costuma vir com uma consciência. Do que está mal, de onde se traça o limite. Ainda que me apeteça mandar esse limite ir apanhar no.....(acho que perceberam!). 
O limite usa um chapéu. Que nos serve para atravessar as portas para onde queremos, mas também nos mostra o que está para lá desse espaço, o que acontece se o ultrapassarmos. E o que está lá são todos os outros. 
Conheço o mundo perfeito. Já lá estive. Tem companhia, não se pense que estamos lá sozinhos! Para entrar lá, só é preciso que me sigas, que me dês a mão e que digas que vens comigo. Que confias em mim e que o que quer que seja que está por detrás da porta não nos vai limitar. Não vamos deixar de ser o que quer que seja que estamos "traçados no Plano" para ser, só porque decidimos seguir-nos um ao outro. Até porque talvez seja esse o Plano all along: fazermos um caminho em que nos mostram "a luz" uma quantidade de vezes, para fazermos um desvio ao mesmo, e só quando decidimos que o não vamos seguir mais é que começamos a ser o que está previsto. Grande confusão, pois sim! 

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Amor vs cérebro

Embora possa parecer repetitiva, direi sempre que poucas coisas são tão opostas e quase rivais como o amor e o cérebro.
A razão do cérebro não compreende a ilógica do amor.
Porque é que se ama? Qual é a lógica por detrás disto? Seja porque for, nada faz mais sentido do que amar alguém. Contrariam-se as normas, fazemos ou pensamos como não acharíamos "normal" noutra ocasião. 
Quando li que o Michael Schumacher, que saiu agora de coma e que foi considerado como quase irrecuperável pela Medicina, reage à voz da mulher ou dos filhos chorando, porque não tem outra forma de expressar que está vivo, só me resta concluir que o amor é muito mais inteligente, decidido e forte que o cérebro. 
Ainda que insistamos em pensar com o cérebro aquilo que devíamos agir com o coração, ocasiões existem em que não podemos fazer mais do que permitir que o amor vença. Talvez eu seja uma romântica incorrigível, mas acredito na vitória do sentir sobre o pensar. 
O cérebro deve ser guardado e treinado para aquilo que foi criado para fazer. Quando se trata de emoções, não me parece que ele seja o órgão ideal. Sou impulsiva, dizem que sim, mas sei que me controlo demais....ou pelo menos o suficiente para as convenções sociais instituídas. Se fosse só coração, neste momento não estaria a escrever mas a fazer. Amor, pois claro! Não forçosamente aquele que levaria a que este post tivesse outra conotação, mas o outro, o que nos leva a gritar cá dentro do peito o nome de quem se gosta. Aquele que nos faz chorar e rir porque estivémos juntos, ou porque não estamos. Que nos leva a ter mais saudades ainda quando acabámos de sair do abraço de quem gostamos. Que lógica tem isso??, diz o cérebro. Pois se estiveram juntos...o que faz sentido é ter saudades quando não o estão há muito tempo, right? Wrong! 
Porque o amor deve ser tratado todos os dias como algo muito precioso. E quando não se pode estar em presença dele, começamos a habituar-nos a ter um vazio no lugar do que costumamos ter no peito: o coração. Não sei bem se conseguimos sempre isto, ou se, como se diz, a paixão só dura os primeiros 5 anos (há algumas que nem 3 meses...), mas gosto de acreditar que sim. Que o que nos faz querer tanto estar com alguém não se esbate no meio das coisas-que-temos-para-fazer-todos-os-dias, na confusão do que vivemos. Que só se alimenta do que lhe quisermos dar: carinho, paixão, tes** (não posso escrever esta palavra....ainda me ralham!!!!), mensagens carinhosas ou mais-ou-menos-ranhosas (um "És muito tonta, mas eu gosto de ti assim!" é sempre agradável!), muitos mas mesmo muitos beijos repenicados e abraços apertados. Ora aqui está uma excelente resolução de Ano Novo: amar mais e melhor. Dizer "amo-te" nem que seja noutro idioma qualquer ("ti voglio tanto bene" parece-me mesmo bem! "Je t'aime" sussurado também não está mal. "I love you" parece simples mas é forte. E por aí adiante....). 
Ai amor, amor, tratam-te tão mal!!! Ou isso ou sou mesmo eu que sou uma lamechas.....