sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Ciúmes e posse....

Não sou muito ciumenta. Possessiva talvez. Nunca fui de partilhar nada com outra pessoa. Agora que a miúda já está mesmo quase do meu tamanho vai ser difícil manter esta ideia, mas enfim....
Nem brinquedos. Nem canetas. Nem nada desta vida! E tive de aprender que acontece estares a partilhar algo, sem saberes...adiante!! 
Sentir ciúmes pode significar que se quer tanto algo que se tem medo que outrém nos fique com o que "é nosso". Estilo "é só um bocadinho" e depois o livro já era... Ou a pessoa. A posse é uma cena tramada...será que alguma pessoa é mesmo nossa?? Filhos sim. Mas e o resto do pessoal da Terra??
Não interessa de quem é a frase mas é genial: dá a quem amas asas para voar e motivos para voltar. Se não regressar, foi mesmo "teu" alguma vez?? Nada o é, repito. Pensando bem, nem os filhos....são-nos emprestados para cuidarmos deles! 
Esta coisa do deixar ir, dar liberdade é uma espécie de presente envenenado. Queremos ter. Que nos dêem. E damos. Porque só assim existe confiança. Mas chega uma altura na vida em que essa escasseia, porque a tareia que esta nos deu (dá??) deixa-nos receosos de que não saibamos voltar a confiar. Até de quem não nos dá razão para tal. O diabinho no ombro direito passa o tempo todo a alertar "tens a certeza que não é tudo uma treta e que não te vais estampar de novo?".
E começamos a fraquejar. Com sinais de cansaço, desistimos. Não insistimos mais. Já chega. Fartei-me. Ou é tudo ou não é de todo. 
Do outro lado fica a sensação de incredulidade ou talvez o "já estava à espera e até é merecido". Porque paciência tem limite. A pessoa incrível que ali estava e que tudo aguentava sem se irritar cansou-se. Não quer mais "brincar". E o ciúme muda de lugar. Agora é esta pessoa que pensa no que terá perdido por ter tanta liberdade para tudo. Tanta compreensão. E simultaneamente tanta falta de percepção do que tinha. 
Só se aprende da forma mais dura. Quando já não "possuímos" aquela pessoa que "estava sempre lá e nunca exigia nada, não se chateava". Essa pessoa talvez tenha percebido que só se deve possuir mesmo é amor-próprio. E que mais-tarde é nunca. Que quem nos considera em último lugar não merece estar em primeiro. Reciprocidade. Tempo exige tempo. Atenção merece atenção. 
Um dia deixamos de estar ali. À mão de semear. E dá uma certa ciumeira. O que estará a fazer, a pensar, com quem, estará a portar-se bem. Vou mandar mensagem. Já viu. Não responde. Uma pessoa para aqui inquieta....e nada! Now what?? 
Dá sempre tempo para tudo. A analogia das pedras, areia e água (não sabem a história pesquisem...que eu agora não tenho....tempo!!). Primeiro o que é mesmo importante, as pedras principais da nossa vida. Depois o que temos de fazer, que se encaixa naquelas. A água é o já-agora, o café com os amigos. Que acaba por se misturar com o resto. Quem não percebe que é bom receber uma mensagem "porque me apeteceu", que diz que se está a pensar no outro, não tarda perde. E não adianta sentir ciúmes. 
A menos que seja propositado não dizer/fazer nada! E aí resta que do outro lado percebam. E desamparem a loja. Porque a vida é com tudo ou não é nada. Ainda que os ciúmes (os bons...) apareçam. Porque podem querer somente dizer que gostávamos de ter aquela pessoa sempre connosco. Qu'enjoo senhores!!! Insensível, já estão a pensar. Nada disso: só prática. Mas posso morder a língua um destes dias :)


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