segunda-feira, 13 de julho de 2015

Confortável vs Feliz

Numa conferência interna (isto quer dizer que foi só para eles, não houve público a assistir) que uma seguradora organizou hoje, sobre o tema da Inclusão e Diversidade, relembrei-me que há toda uma diferença entre estar feliz e estar confortável. As minhas colegas de mesa (sim porque eram só mulheres, dos mais diferentes quadrantes da sociedade) foram dissertando sobre o que é preciso para mudar a sociedade e as empresas de forma a que a inclusão (das mulheres, bem entendido, mas não só) seja uma realidade o mais cedo possível. Isto parecerá estranho, porque vivemos no século da integração, colaboracionismo, partilha, etc e tal, e é esquisito voltar ao "vamos lá queimar soutiens". 
Mas a verdade é que não é fácil ser mulher, mãe e desempenhar um cargo importante numa ainda mais importante empresa. É todo um exercício de esforço. De acreditar. De desesperar, por vezes. De sentir que se faz a diferença, mas também de se ficar muitas vezes com culpa. De não termos tempo para nós, para o que gostamos/queremos fazer, para a família, para amarmos mais.
No final, isto para abreviar o que foi uma muito produtiva conversa de 2 horas, chegámos à conclusão de que é a educação (por um lado das mulheres e, por outro, dos próprios homens) que fará a diferença nesta coisa da integração. E não tanto as empresas serem obrigadas a ter quotas mínimas de mulheres ou de pessoas com deficiência ou mais não sei o quê de "minorias". E sobretudo o sermos humanos. Não acharmos que somos máquinas, sem sentimentos, sem possibilidade de queimar um ou dois fusíveis, vivendo num corre-corre porque decidimos fazer mais isto ou mais aquilo que nos pedem ou que achamos que temos de fazer. Parar, dizer não, ou, simplesmente, dizer sim. Ao que nos faz mesmo sentir felizes e não somente confortáveis. Porque é sobre isto que versa este texto: ser feliz não é, de perto nem de longe, o mesmo que estar confortável.
Gosto muito do meu sofá. Já lá fui muito feliz. Mas ele existe para eu estar confortável, só isso. Para ser mesmo feliz, saio do sofá e vou fazer o que gosto e me faz...feliz. Seja ir a um concerto (ai, Sam Smith, tu volta lá rapidinho a Portugal e traz o Adam Lavine contigo.....e o John Mayer, já agora!), seja ir almoçar ou jantar com amigos, ou ir ver um filme que não vale um caracol mas que deixa a mulherada aos saltos....e felizes, pois claro!
Eu sei do que preciso para ser feliz. Pena é que esteja demasiado ocupada, na maioria das vezes, com coisas que me dão conforto. Financeiro (quer-se dizer.......dá para pagar as despesas, vá...), profissional (não me imagino em casa a ir de manhã ao ginásio, à tarde ao cabeleireiro e tomar chá com as amigas....) e até pessoal (gosto muito do que faço, onde faço, com quem faço...e só estou a falar do emprego, ok??). Mas é uma pena que também insista em gostar e me dar com quem tem esta mesma mania de estar "confortavelmente" na vida. E não forçosamente "feliz". Li hoje uma frase que dizia "eu não quero ir para o Céu. Porque os meus amigos não estarão por lá". Se existe essa coisa do Inferno (por acaso estou quase certa que não. Passamos cada coisa neste Mundo que o outro só pode ser uma coisa espectacular. E quem não padece, deve ir, de castigo para uma cave escura e fria. Agora aquele calor fantástico, cheio de luz emanada do fogo, com um tipo que se veste de vermelho, isso deve ser uma espécie de spa para os escolhidos!), é somente para quem se porta bem.....os maus vivem no limbo, numa espécie de vazio, numa não-existência. É o que acredito, e isso faz-me feliz!

Vou ali ser feliz e já volto. Ponham-se confortáveis enquanto esperam.....

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