domingo, 16 de agosto de 2015

Tempo. A menos

O tempo perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem. O tempo respondeu ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem. Um trava-línguas que nos ensinam quando somos pequenos.
Lembrei-me dele ao ver hoje o filme In time. Que é como quem diz, ou corres, ou o tempo foge-te. Saber quanto tempo mais temos para viver. Se servisse, ao menos, para o aproveitarmos..... Tudo é contado em horas: só faltam não-sei-quantas para o fim de semana, para começarem (ou terminarem.....) as férias, para termos de acordar. Ou em dias: daqui a uns quantos vou fazer isto ou aquilo. E porque não já? Ah, pois, não é "o tempo certo". E qual é esse "tempo certo"? É aquele em que já desperdiçámos uma data-de-dias-perfeitamente-bons-que-não-voltam.

Tempo vale mesmo dinheiro. E a nossa vida. Um segundo, é o que basta para sermos felizes. Ou miseravelmente tristes. Geralmente, as coisas acontecem na hora-exacta. Mas sem avisos. Ou então sim, apesar de nós não os vermos.
Nunca é tarde demais. Tempo empresta-se e partilha-se. O que de melhor temos. Há quem lhe chame "dar atenção". Eu prefiro chamar-lhe "dar carinho". Porque tempo, quem dá são os relógios. Precisamos é de espaço. Para pensar. Para sonhar. Para magicar mil e uma formas de chegar mais perto do que queremos mesmo. Do que é (mesmo) importante. De não desperdiçarmos com coisas pequenas o que não dura nada. A vida, pois claro. E a felicidade. E a alegria. De viver e de ser feliz.

Não adianta correr contra ele. Mas como ele não pára, o melhor é o usarmos como esteja mesmo a contar. Não que tenhamos de prestar contas do que fizemos com o que nos deram, a não ser a nós mesmos. Tempo. Um tirano. Mas um justo tirano: dá a todos a mesma porção. Uns aproveitam-na bem, outros vêem-no correr sem o puxar pelo braço e dizer: vai lá devagar!! Tens algum sítio para ir? Pois eu não! Só tenho pressa mesmo é de de ser feliz. Aos seus lugares, preparar, largar! (Ou, como nos ensinam em pequenos: partida-lagarta-fugida............).




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