sábado, 24 de outubro de 2015

Dia de explicar aos miúdos o que é a vida profissional....

Lembro-me muito bem do dia da benção das fitas. O tal em que, oficialmente, passei a ter de "fazer pela vida". Só que ninguém me explicou o que era preciso para tal. Como nos devemos comportar em frente a um entrevistador para o nosso primeiro ou quinquagésimo nono emprego.
Hoje tive a grata função de estar presente num Pitch Bootcamp (santinha......) do Instituto Superior Técnico organizado pela Spark Agency. Assim uma espécie de "mentora" dos soon to be mais recentes Engenheiros do país.
É totalmente genial! Um Shark tank mas em que o grande projecto são os miúdos. Se eu tivesse de te contratar ou recomendar a alguém que soubesse que precisava de uma pessoa com as tuas características, será que o faria? O que é que está bem ou nem por isso na apresentação que fizeste? Fiquei ou não convencida do que queres ser "quando fores grande"?
Só vos digo que aqueles miúdos (20 e poucos anos....são miúdos, certo??) vão ter um enorme futuro, assim os reconheçam. O mercado de trabalho está difícil, as empresas não são fáceis, mas eles são fantásticos. 
Estou certa de que são muito mais centrados, capazes e humildes do que era a malta da minha tribo quando tinha a idade deles. As coisas mudaram muito, é certo, mas eles têm uma perspectiva totalmente diferente da que nós tínhamos.
Podiam ser somente aqueles 8 com quem eu e as restantes mentoras da minha mesa falámos, mas a ver pela amostra, vamos ter país! Assim possamos fazer com que fiquem por cá. Um deles impressionou-me pelo estilo: Engenharia Aeroespacial. Sei que aqui não tenho muita hipótese mas adorava um dia, se tiver de sair, poder regressar a Portugal porque temos uma enorme possibilidade de sermos ainda maiores. Não sei, disse-lhe, se calhar, na lata, podes propor projectos nunca vistos às empresas que, não estando cá, se podem desenvolver com o que cá temos. Potencial. Miúdos brilhantes. Cérebros únicos. E umas verdadeiras esponjas, capazes de ouvir os vários conselhos que tínhamos para eles. 
Ou até nenhum! Isto porque um deles era brilhante e sabia bem o que queria fazer. Apreender ao máximo o que pudesse das empresas por onde passasse ou com quem se cruzasse. Para regressar à empresa da família e torná-la maior. Não duvido nada de ainda ir ouvir falar muito daquele rapaz e da empresa do pai. Empenho. Dedicação. Brilho.
Acho que saí dali ainda mais motivada que eles. De que o futuro não é assim tão negro e podemos mesmo ter grandes profissionais a trabalhar nas empresas em Portugal. Ou podia ser só aquela amostra de pouco mais de uma centena de engenheiros. Mas estou certa de que não: porque este pessoal, apesar do que dizem por aí, vale mesmo a pena. Faço figas para que a minha pequena futura "o-que-quer-que-seja-que-ela-queira-ser" seja pelo menos tão centrada como estes 8 com que me cruzei hoje. E que eu possa ser uma mentora suficientemente distanciada para que, como se estivéssemos num pitch boot camp, lhe consiga dizer como se está a sair enquanto projecto de futuro. 


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