quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Corpos ou pedaços deles

(Credo, que título macabro!! Andas a ver muitos filmes de zombies, hem?? Não, nada disso, detesto o tema....isto até é suposto ser um post fofinho!!)

Corpos. Invólucros que nos deram para viver. Que nem sempre nos dão a idade mental (ou da alma ou de lá não sei o quê) que temos. Porque damos por nós presos num de 60 quando cá dentro parece que são só 20. E ainda nos censuram por isso (já devias ter juízo...). Que nos criam tantas ansiedades. Daquelas que nascem no fundo de nós e que se agigantam, sem que as possamos controlar. 
Sentir falta do outro corpo como se fosse parte do nosso. Não um órgão, mas a pele toda. Não somos bem nós. Andamos por andar, quase inanimados (outra vez os zombies????) e na expectativa que isto passe depressa e possamos retomar o que éramos. 
Mas não dá. O que estava deste lado passou para outro. E quase sentimos a pele que é nossa sem o ser, o toque imaginário que nos provoca um arrepio pela espinha acima....ou abaixo. Um estar sem estar, não sei bem se consigo explicar-me. Fechamos os olhos e está lá o cheiro. E o resto que vem com ele.
Não são bem saudades. É muito pior que isso. A intensidade que se sente é como se estivéssemos a ver uma vida a correr, por detrás de uma janela. Uma espécie de sombras no escuro, entrecruzadas pelas luzes que as vidas que correm ao lado nos enviam. Estilo estarmos numa auto-estrada em que a faixa contrária nos encandeia com as luzes, já que a nossa vai sem outros veículos.
O corpo. É um insaciável. Quando conheceu algo que nem sabia que procurava, fica preso naquela ideia do outro corpo. Pedaços que se confundem entre si, que se completam e encaixam na perfeição. E a mente podia dar uma ajudinha, mas ainda é pior. Porque gosta de outro tipo de pedaços. De vislumbres de "é que é mesmo isto!".
Corpo e mente: partes do mesmo problema. Mais que saudades. E se esta é a melhor palavra no mundo para descrever o assunto de sentir-mesmo-bué-de-falta (tinha de ser em português...) imagine-se quando é insuficiente.....


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