terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Horizontes

Há horizontes que se cruzam a toda a hora. O deste lado antecipa-se para chegar ao outro. E o contrário por vezes também. Trazem com eles momentos irrepetíveis, daqueles que dávamos tudo para capturar em imagem para sempre. Sentimentos indescritíveis, o coração que dispara num salto porque não sabe se e quando volta a sentir daquela forma. E, como qualquer outro fenómeno no Mundo, horizontes também se afastam. Por momentos ou irremediavelmente. São por vezes atravessados por magníficos arco-íris que podem representar a esperança de bom tempo ou somente dois estados que se cruzam: chuva e sol. Que parecem irreconciliáveis. Talvez sejam somente almas que não se podem encontrar. Como o Sol e a Lua, que juntos dão um eclipse ou pelo menos um espectáculo digno de olhos atentos.
Horizontes longínquos, separados por quilómetros ou dentro do mesmo  espaço. Uma linha ténue os divide e os junta. Em face do mar, calmo ou revolto, inigualável como só ele. Mergulhar no horizonte do outro, como no mar que não conhecemos, pode levar à dor. Mas o desejo, o sonho, são mais fortes que nós e por vezes significam uma felicidade extrema. De encontrar o horizonte que nos completa. Ainda que a procura pareça interminável, um dia chega ao fim. E visto deste lado, o horizonte que cruza o nosso é magnífico. Baixar a cabeça para admirar o horizonte pode parecer um contra senso embora seja um recomeço. Ver o que sempre esteve ali. E que podemos perder por não querermos mergulhar ou por recear viver o sonho.
Há horizontes magníficos. Que se cruzam infindavelmente.


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