quarta-feira, 4 de março de 2015

Gosto de ti

Três palavras pequeninas que são do tamanho do mundo.
Quando somos pequenos, ouvimos muito isto da boca dos amiguinhos....és linda, gosto de ti, corres mais depressa, és mais crescida, gosto de ti. Por oposição aos outros, aos de que gostamos pouco.
Depois crescemos e esquecemos a magia. E relembramos quando conhecemos alguém que é parecido connosco ou, pelo contrário, é o oposto de nós, o que nos agrada ou irrita e leva-nos a pensar "gosto de ti". Mas dizemos?? Nem por isso. Qual a razão? Porque já sofremos na pele demasiadas decepções por o termos dito ou vimos à nossa volta quem se magoou bastante por o dizer ou demonstrar ou, simplesmente, porque fomos educados a não mostrar emoções.
Gosto de ti. Não traz nenhuma segunda intenção que não seja expressar que nos fazem sentir bem. Porque são boas pessoas, nos fazem rir, nos compreendem, confortam os nossos maus momentos, falam a nossa linguagem, têm um momento de atenção se nos vêem ou sentem para baixo. Ou somente porque fazem o nosso coração saltar de alegria, aceleram-nos a respiração, tiram-nos o chão de forma positiva. 
Gosto de ti. Sabe bem dizer. E ainda melhor ouvir. Mas não temos tempo, paciência, coragem, energia, para o repetir hoje, amanhã e sempre. Caímos na ideia de que se está dito, já sabem, não é preciso repetir. E um dia chega um amiguinho novo que vê que corremos mais depressa, somos mais bonitos ou simpáticos que os outros. Gosto de ti, dizem. E provam-no. Partilham o lanche connosco, escrevem um bilhetinho, vêem se estamos tristes. Quebram-nos a defesa e, de repente, percebemos que o tempo não é desculpa e o "porque já to disse" é muito poucochinho. Com isto, mesmo no meio da tempestade que a vida insiste em ser, o sol brilha sempre, ficamos com o coração tão quente que quer saltar do peito.
Gosto de ti. Três palavras que mudam a vida, o mundo...e a voz! Eu, pelo menos, não consigo dizê-lo sem acreditar, sentir e tornar a voz em mel. Gosto de ti. Hoje. Amanhã. Sempre.



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