quarta-feira, 8 de abril de 2015

Das memórias

Não sou nada hipocondríaca. Mas há doenças que receio mais que (quase) qualquer coisa. Sobretudo daquela de que nem vou dizer o nome...porque não quero e não porque não me lembro!
Receio esquecer-me do que vivi. Do que sonhei e sonho. Das pessoas que amo. Dos locais por onde passei.
Gosto de me esquecer dos maus momentos ou de, pelo menos, já não me lembrar bem do que passei neles ou do que sofri. Mas somente porque a memória tende a lembrar o que é bom e só isso.
Mas gosto mesmo é de recordar. Reler mensagens ou textos antigos. Escritos há 1 semana ou há 1 ano. Ou há uma vida inteira. Rever fotografias antigas. E soltar gargalhadas por ver coisas que nem me lembrava mais que tinham acontecido.
Das memórias que me fazem sorrir. Ou mesmo chorar. Ou sentir borboletas na barriga. E um frio a percorrer-me as costas. Ou estrelinhas na ponta dos dedos. Das conversas que me deixaram (e ainda deixam quando as relembro....) noites inteiras acordada.
Não vou (outra vez...) falar de cheiros ou sabores ou qualquer outro sentido. Só de outras memórias. Dos tempos incríveis, intensos, inesquecíveis, irrepetíveis (e mais palavras começadas por in....). De quando a felicidade se fazia do simples facto da água do banho ficar amarelada depois de limparmos o tanto que corremos, brincámos, suámos, rimos. De ver 20 vezes o mesmo filme e, ainda assim, me surpreender com algumas cenas. 
Lembrar-me da minha filha em bébé. Ou de quando conta piadas e se ri ela mesma antes de chegar ao final. Ou da expressão dela quando lhe digo porque é que é mesmo uma miúda espectacular. 
Custa-me a ideia de um dia só me lembrar do que não interessa. Que o que foi importante não passar de um borrão. Mas como quem me conhece sabe que tenho uma memória prodigiosa, estou cá em crer que isso não vai acontecer! Do que é que eu estava mesmo a falar?? Ah, sim! 
Mais do que de memórias, só gosto mesmo de viver. E de sonhar. E de comer cerejas, ou morangos, ou castanhas assadas. E de............

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