sexta-feira, 19 de setembro de 2014

O que muda em nós

Segundo o que aprendi esta semana (à mamã Ladybug o meu obrigada) a vida primeiro dá-nos o que precisamos e só depois o que queremos. Porque temos de ser fortes antes de sermos felizes. Ou porque temos de aprender e depois sermos felizes, acrescento eu. A vida é feita de aproveitar o espaço entre o que de mau nos acontece e o que ainda consideramos ser felicidade. Que é como quem diz "o tempo somos nós quem o faz" (não é bem....acho que é um senhor Santo que está chateado com a malta aqui por baixo. Fogo, S. Pedro, diz que o Mundo desta vez acaba em fogo. Chuva foi com o Noé, lembras-te??). Estou tão certa de que o Diabo detesta malta que sorri perante as adversidades, que está sempre a enviar-lhes mais, estilo um "a ver se te arranjo forma de tirares esse sorrisinho parvo da cara". Talvez por isso é tão irritante para quem não gosta de nós ver-nos felizes. E com quê senhores? Muitas vezes rimos para não chorarmos (sim, eu sei, há uma música com esta frase...). 
Essa é uma das aprendizagens, aquilo que muda em nós. Outra é que, por mais que façamos assim ou assado, vamos ser sempre criticados. A pensar nisso, eu faço como me apetece.
E também me apetece dizer como Tchekhov: aquilo que provamos quando estamos apaixonados talvez seja o nosso estado normal. O amor mostra ao homem como é que ele devia ser sempre. Mais uma mudança a fazer em nós.....estarmos sempre apaixonados! Poucas coisas nos mudam tanto como o nascimento de um filho ou o desaparecimento de alguém muito importante para nós. E sobretudo quando quebramos um ciclo. Talvez por isso não entenda quando alguém acha que volta tudo a ser como antes. Nada fica como antes, porque somos o que tivemos como experiência.
Acredito que as pessoas ou são ou não são e que dificilmente um filho de uma grandessíssima mãe passa a ser uma boa pessoa ou uma destas se torna num verdadeiro demónio. Porque não se muda na essência. Apenas nos acontecem aquelas coisas que se chamam dias, eventos, e que têm o condão de mudar alguns aspectos na nossa forma de ser ou estar. 
Muda muita coisa quando passamos a barreira dos 40 anos. Ou porque nos damos conta de que já devemos estar a meio da vida (com sorte...) ou porque pensamos em tudo o que ainda não fizemos ou, pior, na trampa toda por que já passámos. Se quisermos, especialmente porque nos apercebemos de que cada vez temos menos paciência para o que não nos torna mais felizes mas não necessariamente começamos a fazer o que nos abre um sorriso e nos leva a crer que afinal-esta-cena-de-viver-é-bem-fixe. O que é uma pena, porque só falta metade da vida para abrirmos os olhos. Ou a vida se encarregará de nos fechar os mesmos em definitivo. 
Não sei quanto a vocês, mas eu tenciono continuar, todos os dias, a mudar um bocadinho! A ter mais paciência e a ser condescendente, a gritar menos e beijar mais (ainda bem que a minha filha não lê isto ou ia já cobrar...), a ouvir mais e a falar menos. Enquanto não tivermos uma orelha e duas bocas, é isto que é esperado de nós... Isto e que saibamos perdoar, ainda que não esquecendo, amar mais do que somos amados, dizer que gostamos a quem gostamos e, mais importante que tudo, que façamos tudo ao nosso alcance (mesmo que nos chamem de loucos) para sermos felizes e fazermos felizes quem tem o nosso amor. Ainda que custe, que nos doa de caraças, que pensemos que não temos mais forças. Porque mudar não é fácil e mentalizarmo-nos disso ainda é mais difícil. Mas temos de começar nalgum sítio e momento... 
Não está a chover de momento....vou só ali dançar como se não me doesse a alma, como se tudo fosse perfeito. E é-o quase, porque não sendo um poço de desejos, a vida é um poço de realizações e mentalizações. Eu, por mim, sei o que fiz até hoje e o que quero ainda fazer. E poucas coisas o (me) podem mudar....

Sem comentários:

Enviar um comentário