quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Tudo começa com uma música.....

Não sei se se passa o mesmo convosco, mas eu não consigo deixar de associar uma música a um local ou a um evento da minha vida. Se pensar bem, não posso dizer que "a minha vida dava um filme" mas antes "a minha vida dava uma banda sonora"!

A melhor forma de se dizer o que nos vai na alma é com uma música. É ela que explica o que não conseguimos. Com ela posso desejar "all the luck" sem dizer isto mesmo. Novas etapas exigem sempre uma música que lhes dê sentido. Mesmo os caminhos que traçamos todos os dias estão repletos de "sempre que passo aqui lembro-me daquela música". Acontece algo semelhante com os cheiros (associamo-los a pessoas, datas, locais...) mas é mais difícil esquecer uma música. 

Nada descreve melhor o que gostaria de dizer ou como sinto algo do que a música. Quase tenho a sensação de que o autor me conhece melhor que eu própria, que escreveu aquilo a pensar em mim. E também digo muitas vezes às pessoas de quem gosto muito que "aquela música és tu" ou "ouvi aquilo e pensei tanto em ti....". Porque dedicamos músicas a pessoas, na esperança que percebam que aquela letra é para elas, que saibam ler nas entrelinhas o que estamos a transmitir. "Amo-te" soletrado numa música é tão mais bonito.... Estou certa de que as músicas têm personalidade própria e que absorvem a dos que as ouvem. E que nós nos tornamos no que ouvimos.

Sou o que se pode chamar uma nulidade no que toca à expressão musical: não me lembro nada das minhas aulas de música (também, há 30 anos....querias o quê??) e nem sequer toco campainhas de porta como instrumento. Talvez por isso admire tanto quem consegue, de ouvido, identificar lá-sol-lá ao que me parece, a mim, apenas um acorde. Quem toca incessantemente piano ou guitarra de forma quase autodidacta. É assim como me falarem italiano ao ouvido......if you know what I mean.
Onde é que eu ia?? Ah, sim, música! Da única que não gosto é daquela que insistem em dar-me......até pode parecer que estou a escutar, mas estou mais na senda do "la-la-la-la-la-la". E até me sai um "'tou cheia de t'ouvir" de vez em quando.
Na música, como na vida, ficamos cansados de estarmos sempre no mesmo registo e sabe tão bem revisitar o que nos arranca sempre um sorriso e nos traz boas memórias. Não há como fugir, mesmo que saibamos que seria mais lógico que o fizéssemos. Porque num qualquer recanto, vamos dar de ouvido com o que estamos a evitar.
Só tenho mesmo pena que as músicas não me digam como eu lhes digo tantas vezes: gosto tanto de ti, pá! Passava horas a ouvir-te, em modo repeat. Mas, com o meu egocentrismo, digo que, se a música fosse uma pessoa, seria exactamente como eu. O resto, adivinhem porquê!!!!

1 comentário:

  1. Já diziam os Blur (e um gajo que tinha um blog sobre música), Music is my Radar.

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